Região

Região contabiliza mais de R$ 1 bilhão em prejuízos com desastres naturais em 32 anos

Estiagens, vendavais, enxurradas, granizo e chuvas intensas estão entre os 19 desastres climatológicos, meteorológicos ou hidrológicos registrados por Bagé, entre 1991 e 2023, de acordo com dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional – pasta responsável pela homologação de decretos de situação de emergência. O levantamento oficial estima em mais de R$ 634 milhões os prejuízos e danos materiais contabilizados pelo município em pouco mais de três décadas. No período, Aceguá, Candiota, Bagé e Hulha Negra, que não foram atingidas diretamente pelas enchentes de 2024, contabilizaram mais de R$ 1 bilhão em prejuízos.

Em Bagé, as estatísticas do Ministério calculam em R$ 101,4 milhões os danos materiais no período, fixando em R$ 575,3 milhões os prejuízos privados e R$ 58,9 milhões os prejuízos públicos. O levantamento aponta o registro de 1.812 desabrigados ou desalojados na maior cidade da Campanha gaúcha, em 32 anos. A estiagem e a seca causaram os maiores danos humanos, enquanto as enxurradas respondem pela maioria das perdas financeiras. Os prejuízos com a ocorrência do granizado, no ano passado, foram estimados em R$ 6,7 milhões.

Entre os prejuízos públicos, os gastos com combustíveis, utilizados para entrega de recursos, por exemplo, alcançou R$ 23 milhões. Outros R$ 15,6 milhões foram gastos com abastecimento de água. Os prejuízos com energia elétrica representam R$ 2,3 milhão no período de três décadas, totalizando R$ 512 mil com esgotamento sanitário entre 1991 e 2023.

Entre os prejuízos privados, o maior impacto foi sentido na agricultura, com R$ 361 milhões em perdas ao longo de 32 anos. Na pecuária, no mesmo período, de acordo com dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, o prejuízo foi de R$ 213 milhões, em Bagé.

A maior cidade da Campanha gaúcha também figura entre os dez municípios com maior número de cidadãos afetados por eventos climáticos entre 1991 e 2023, no Rio Grande do Sul. Com 442,3 mil afetados em 32 anos, Bagé fica atrás apenas de Pelotas, Cachoeira do Sul, Canoas, Caxias do Sul, Santa Maria, Uruguaiana e Rio Grande.

Mais de 60 ocorrências climáticas em três cidades

Pelo menos 61 ocorrências de desastres climatológicos, meteorológicos ou hidrológicos foram registrados em outros três municípios da região. Em Aceguá, foram contabilizadas 15 ocorrências, alcançando R$ 279 milhões em prejuízos.

De acordo com levantamento do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, foram registrados, entre 1991 e 2023, mais de R$ 18,2 milhões em danos materiais e R$ 276,3 milhões em prejuízos privados, com 188 desabrigados ou desalojados e 17 mil afetados. As perdas na agricultura totalizaram R$ 200 milhões, alcançando R$ 75,2 milhões na pecuária.

Em Candiota foram registrados 21 eventos climáticos em 32 anos. Com prejuízos de R$ 255 milhões, danos materiais de R$ 37,5 milhões, R$ 229 milhões em prejuízos privados e R$ 25,6 milhões prejuízos públicos. A cidade registrou 100 enfermos, 1.929 desabrigados e desalojados, além de 34,2 mil afetados no período.

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Os prejuízos na agricultura de Candiota alcançaram R$ 158,4 milhões, totalizando R$ 68,2 milhões na pecuária e R$ 2,7 milhão na indústria. Em Hulha Negra, os prejuízos alcançaram R$ 59 milhões na pecuária e R$ 139,5 na agricultura e R$ 565 mil no setor de serviços, totalizando R$ 227 milhões em prejuízos com 25 ocorrências de eventos climáticos.

Relatório do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional aponta R$ 34,4 milhões em danos materiais, R$ 27,9 milhões em prejuízos públicos e R$ 199,1 milhões em prejuízos privados entre 1991 e 2023. No período, 1.004 ficaram desabrigados e 45,9 mil foram afetadas por algum evento climático.