Cidade
'Esse dado não é real', diz engenheiro sobre Barragem da Arvorezinha ter alcançado 45%
Relatório apresentado por Endrigo Silveira menciona que plano de trabalho com o Exército atingiu 14,53%
por Redação JM
Uma reunião inserida no processo de transição de governo realizada na manhã desta terça-feira, dia 3, na Prefeitura de Bagé, tratou de um dos tópicos que mais chama a atenção da população bajeense: o andamento da Barragem da Arvorezinha. E o assunto ganhou ainda mais proporção quando o responsável por apresentar um relatório completo da obra, o engenheiro Endrigo Silveira, alegou que dados divulgados pela atual gestão sobre o empreendimento não eram verdadeiros. "Se ouviu muito falar de 45%, 50% da obra; esse dado não é real", atestou.
Conforme o profissional, os trabalhos avançaram, desde 2022, entre 14% e 15%. O relatório, inclusive, detalha o percentual de "14,53% do valor contratado com o Exército Brasileiro". Além disto, frisou que uma medição vindoura deve acrescentar pouco mais de 2,69% ao montante total. "Esse é o verdadeiro dado executivo da nossa obra", atestou o engenheiro.
A manifestação chamou a atenção, primeiro por contestar dados anteriores do Executivo e, também, pela fala ocorrer após um pedido do atual prefeito, Mário Mena Kalil, ao frisar tratar-se de uma informação importante para o processo de transição ser efetivo. "É algo fundamental de ser esclarecido. É o principal questionamento que a poppulação nos faz e, por isso, precisamos deixar clara a situação", mencionou o prefeito.
Com base nisto, o engenheiro apontou que a previsão para a conclusão da obra, projetada para fevereiro de 2026, deve ser ampliada por pelo menos mais dois anos: ou seja, fevereiro de 2028.
Desapropriações ainda abrangem 184 hectares
Entre os próximos passos necessários para o cumprimento da obra, Silveira alertou sobre as desapropriações de áreas próximas à barragem. Conforme ele, o total de desapropriação em áreas é de 553 hectares, dos quais 184 hectares, dos quais 21% envolvem litígios fundiários. “Desse montante, necessitamos que 21 hectares sejam desapropriados com urgência, pois essa é a condição para que os trabalhos de execução da obra entrem na área de jazida”, disse.
Para a continuidade dos trabalhos atuais, segundo revelado, a Prefeitura de Bagé deverá solicitar ao Ministério do Desenvolvimento Regional que possa ser utilizada a quantia de R$ 5 milhões de recursos oriundos de glosa, para que o Exército possa contratar uma empresa terceirizada para cumprircom estágios do empreendimento no próximo ano, podendo a futura gestão buscar mais recursos em 2025 para o andamento dos trabalhos. "Podemos fazer isso se houver autorização do Ministério", mencionou o atual secretário de Planejamento, Alexandre Vedooto.
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Além de Silveira, Kalil e Vedooto, o encontro foi acompanhado pela secretária Geral de Governo, Anacarla Oliveira, pelo diretor do Daeb, Júnior Peraça, membros do comitê técnico da barragem, membros do controle interno e da equipe de transição. O vice-prefeito eleito, Beto Alagia, que conduz as conversas por parte da equipe da próxima gestão frisou que acompanhar a obra em questão é fundamental: "É essencial que tenhamos acesso a todas as informações”, ponderou.