Cidade
Mostra Científica destaca inovação e sustentabilidade nas escolas estaduais
Evento reuniu 22 projetos premiados, destacou a criatividade e o compromisso dos jovens com o futuro do planeta
por Jaqueline Muza
A cidade de Bagé foi palco, na quarta-feira, dia 6, de uma verdadeira celebração da ciência e da educação, com a realização da II Mostra Científica Regional Futuros Equânimes, promovida pela 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). O evento, que contou com a participação de mais de 300 pessoas, teve como objetivo destacar a criatividade e o conhecimento científico produzido nas escolas estaduais da região, com ênfase nas temáticas de Tecnologia, Equidade e Sustentabilidade. O cenário escolhido para as apresentações foi em frente à sede da Coordenadoria Regional de Educação, em um formato inovador ao levar a mostra para as ruas e proporcionar à comunidade o acesso direto aos projetos.
A mostra reuniu 22 trabalhos de instituições estaduais que se destacaram nas etapas municipais, distribuídos em diversas categorias de ensino: Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio, além da recém-criada modalidade Expressão Artístico-Científica. A variedade de projetos, que abordaram desde questões ambientais até reflexões sobre o impacto da tecnologia na sociedade, demonstrou a qualidade e o engajamento dos estudantes da região.
Projetos de destaque
Na categoria Ensino Fundamental I, o primeiro lugar foi conquistado pela Escola Chico Mendes, de Hulha Negra, com o projeto Passarinho também planta. A proposta do trabalho, desenvolvido pelo professor Vagner Vicentin, focou na importância dos pássaros do Bioma Pampa na disseminação de sementes nativas, proporcionando uma reflexão sobre a preservação ambiental e o papel dos animais na manutenção da biodiversidade. Os alunos Maria Monique Serpa, Sara Raquel Ramos e Yuri da Cruz foram os responsáveis pelo desenvolvimento da pesquisa.
Já no Ensino Fundamental II, o destaque foi para a Escola Julinha Costa Taborda, de Bagé, que, pelo segundo ano consecutivo, conquistou o primeiro lugar com o projeto Ecodreno 2030. A pesquisa, orientada pela professora Izabel Baroggi Vaz, abordou a construção de uma vala de drenagem sustentável, utilizando materiais ecológicos como cana-de-bambu, para solucionar problemas de drenagem no entorno da quadra esportiva da escola. A solução, que envolveu toda a comunidade escolar, buscou unir conhecimento técnico e práticas sustentáveis em uma ação local de grande relevância.
No Ensino Médio, o primeiro lugar foi conquistado pela Escola Bernardino Ângelo, de Bagé, com o projeto Como as mudanças climáticas impactam a produção de vinho. O estudo, desenvolvido pelo estudante Guilherme Brandi dos Santos sob a orientação da professora Francieli Martins Chibiaque, analisou como as alterações climáticas podem afetar a produção de vinhedos ao longo do tempo, considerando dados históricos e suas implicações para a viticultura local.
Novidade da edição
Uma das inovações desta edição foi a introdução da categoria Expressão Artístico-Científica, que buscou integrar áreas do conhecimento científico com a arte, promovendo a reflexão sobre o impacto da ciência no cotidiano e na cultura. A Escola Carlos Kluwe, também de Bagé, conquistou o primeiro lugar com o projeto A vida de um Gênio, Mundo sem fios, que explorou a trajetória histórica de Nikola Tesla, suas invenções e o legado que deixou para a humanidade. O projeto, coordenado pela professora Janete Fernandes Becker e desenvolvido pelos alunos Michel Mendes e Ana Carolina da Silva, apresentou um trabalho multidisciplinar que envolveu pesquisa histórica, arte e ciência.
Além da premiação dos trabalhos, o evento contou com a participação de diversas entidades, como o Sebrae, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), a Urcamp e a Seival Sul Mineração, que apoiaram a realização da Mostra. O pró-reitor de Ensino da Urcamp, professor Rafael Bueno da Rosa Moreira, participou como avaliador convidado, reforçando a importância da parceria entre a educação básica e o ensino superior. Segundo o professor, a participação da universidade em eventos como a Mostra Científica Regional é uma forma de incentivar os jovens a se interessarem pela pesquisa científica e pelas carreiras acadêmicas. "Acreditamos que essa é uma forma de incentivar o propósito do ensino superior entre os jovens, especialmente em uma região com grande potencial de desenvolvimento científico", avaliou Moreira.
Uma vitrine para o futuro
{AD-READ-3}A coordenadora regional de Educação, Miriele Barbosa Rodrigues, destacou a relevância da Mostra para a visibilidade do trabalho das escolas estaduais e o impacto positivo nas comunidades. "Decidimos realizar o evento na rua para que a comunidade pudesse ver a qualidade dos trabalhos científicos produzidos dentro das escolas. Este ano, também trouxemos os trabalhos que se destacaram em nível nacional e internacional, representando as nossas escolas de maneira tão bacana", afirmou. Além disso, a Mostra contou com a presença de projetos que se destacaram em eventos como a Expointer, a Mostratec e até no Desafio da NASA, levando o nome das escolas da região para cenários mais amplos.
Os vencedores de cada categoria agora se preparam para a Mostra Científica Estadual, que será realizada em dezembro, representando a 13ª CRE no evento de abrangência estadual.