Cidade
Imba volta a realizar uma formatura em Violino após quatro décadas
Recital na noite de segunda-feira, dia 18, marcou a graduação de Érico da Silva Pires, de 18 anos, e reuniu gerações
por Redação JM
Na noite de segunda-feira, 18 de novembro, o Instituto Municipal de Belas Artes de Bagé (Imba) foi palco de uma cerimônia histórica: a realização de uma formatura em Violino após 42 anos. O evento, que teve início às 19h, contou com a presença de figuras ilustres da música local e de uma plateia emocionada, assinalando a conclusão do curso por Érico da Silva Pires, jovem talentoso de 18 anos.
O recital de formatura teve Érico interpretando peças clássicas de grande prestígio, incluindo uma obra inédita para dois violinos, que foi apresentada pela primeira vez em Bagé. Além disso, a solene colação de grau foi seguida por uma exibição com o músico demonstrando a grande habilidade adquirida ao longo de seus anos de estudo no Imba, onde iniciou sua jornada no violino ainda aos 10 anos.
Uma conquista pessoal e histórica
Durante a cerimônia, Érico expressou a profundidade do significado deste momento para ele. "Para mim, é mais do que uma realização. É um sonho sendo concretizado. Iniciar meus estudos aqui neste instituto e ter a presença de figuras tão ilustres nesta noite, como a professora Leci Rizzi, é algo indescritível. E ela foi a última a concluir o curso de violino aqui, há 42 anos", disse emocionado. A presença de Leci na plateia, a ex-aluna que havia se formado em 1982, foi um gesto simbólico e emocionante para todos os presentes, unindo três gerações de músicos e educadores no mesmo palco.
Érico também destacou o processo desafiador e gratificante de se formar em violino. "Representa persistência. Muitos desistem do instrumento, pois acham que é só uma questão de dom, mas não percebem que é preciso muito esforço e dedicação para alcançar a excelência", afirmou, refletindo sobre os obstáculos que enfrentou e a disciplina necessária para dominar o violino. "Existem grandes músicos que só pude ouvir pessoalmente em poucas oportunidades. A diferença entre ouvir uma gravação e estar diante de um músico tocando ao vivo é enorme. Com meus professores, aprendi lições que vão muito além da técnica musical", explica.
Para Érico, a formação em Violino exige um compromisso constante. "Quanto mais se estuda, mais desafiador se torna o aprendizado. Cada concerto exige meses de preparação, e a técnica se constrói com muito esforço. A sensibilidade musical vem com o tempo", pontua.
Guilherme Bragança: "Um momento histórico"
O evento também foi marcado pela fala do professor e paraninfo de Érico, Guilherme Cassão Marques Bragança, reitor da Urcamp, que não escondeu a emoção. "Hoje, nos reunimos aqui no Imba para celebrar um momento histórico. Após 42 anos, temos a primeira formatura em Violino. Em 1982, a professora Leci Lorena Barbieri Rizzi concluiu sua graduação, e agora, Érico da Silva Pires também conclui com êxito e louvor", destacou, se referindo com orgulho ao sucesso do seu aluno.
Ele ainda fez questão de ressaltar a importância da cerimônia, não só para o Imba, mas para a cidade de Bagé. "Este é um orgulho para o Instituto, para a cidade e, para mim, enquanto professor, uma emoção muito forte. Estar aqui reunindo três gerações – Leci, que foi minha professora, e agora Érico – é algo único", completou Bragança. Ele se referiu à união entre o passado e o presente da música no Imba como um grande marco para a cidade.
Trajetória
A trajetória de Érico é um exemplo de dedicação e paixão pela música. Além de sua formação no Imba, o jovem violinista tem se destacado também na Escola de Música da OSPA, onde ingressou em 2020 e, atualmente, ocupa o cargo de concertino, função de destaque como o primeiro violino de uma orquestra. "O diploma é importante, mas o verdadeiro valor está no conhecimento adquirido durante todo o processo de formação. É isso que leva a evolução contínua", destacou.
{AD-READ-3}Bragança, que acompanhou todo o percurso de Érico desde os primeiros passos, finalizou a noite com uma fala que sintetizou o espírito da formatura. "Hoje, o Imba se orgulha de ver o seu primeiro formando em violino após mais de quatro décadas. Este momento ficará na história, e quem esteve aqui será parte dessa memória", disse, emocionado, antes de se unir a Érico para a execução das últimas peças da cerimônia.