Cidade
Museu Dom Diogo promove sarau em homenagem ao Dia da Consciência Negra
por Jaqueline Muza
O Museu Dom Diogo de Souza, mantido pela Fundação Attila Taborda, em parceria com o curso de Letras e o grupo PET da Unipampa, organiza, pela primeira vez, um evento especial em celebração ao Dia da Consciência Negra. O sarau "A Voz da Juriti" acontecerá neste dia 21 de novembro, às 16h30min, com entrada gratuita.
Segundo uma das gestoras do museu, Carmen Barros, o evento busca reconhecer o legado de Zumbi dos Palmares, ícone da resistência negra e da luta contra a escravidão no Brasil. Para ela, a data é um convite à reflexão sobre o impacto histórico do racismo no país, além de ser uma oportunidade de valorizar as contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira. “Celebrar a Consciência Negra é não apenas reconhecer o passado, mas também construir um presente e um futuro mais igualitário. Ações como este sarau são formas de combater as desigualdades históricas geradas pelo racismo estrutural”, destaca.
Inspirado no poema do poeta luso-brasileiro Gonçalves Crespo, que utiliza a figura da juriti (uma pomba escura) como símbolo da mulher negra, o sarau será um momento de celebração cultural e resistência. A leitura do poema “Cântico de Luta”, da escritora pernambucana Francisca Araújo, extraído do livro Profundanças 3, será realizada pela coordenadora do grupo PET, Carolina Fernandes. “Este tipo de ação, em parceria com a Urcamp, ajuda a destacar a importância do trabalho realizado ao longo do ano e valoriza a herança africana no Brasil”, afirma Carolina.
Conforme Carmen, o evento pretende honrar histórias de luta, celebrar conquistas e reforçar o compromisso com uma sociedade mais justa e diversa. A programação também busca destacar a arte negra como uma forma de resistência, memória e afirmação identitária, reconhecendo seu papel transformador e seu impacto nas narrativas culturais do Brasil. “A arte negra transforma e acrescenta outras narrativas à sociedade. Dar visibilidade à produção cultural e intelectual da população negra é uma forma de resistência e valorização”, complementa Carmen.