Fogo Cruzado
Novo pedido de vista paralisa projeto de reajuste do Piso Regional
Mainardi, que subscreve a proposta, frisa que o que está sendo proposto é o regramento de uma política estadual de valorização
por Redação JM
Com parecer favorável da relatora, deputada Luciana Genro, do PSOL, o projeto de autoria da bancada do PT na Assembleia Legislativa, que estabelece a Política Estadual de Valorização dos Pisos Salariais Regionais no âmbito do Rio Grande do Sul, teve na manhã desta terça feira, 5, na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa mais um pedido de vistas. Desta vez, solicitado pelo deputado Professor Bonatto, do PSDB.
O deputado Luiz Fernando Mainardi, do PT, que subscreve o projeto, frisou que o que está sendo proposto é o regramento de uma política estadual de valorização do piso regional, com reajustes anuais baseados no crescimento da economia e na reposição da inflação, o que é possível segundo ele, ser absorvido pelos negócios e o empresariado. “É incrível que a gente não tenha conseguido avançar no entendimento de que o pagamento de um melhor salário, retorna tudo para a sociedade. Estamos falando do piso do trabalhador, o menor salário que se paga no estado. O pouco a mais que o trabalhador irá ganhar, ele não vai colocar na poupança e nem fazer aplicações, ele vai comprar algo a mais para sua família, então, esse dinheiro retorna e circula na sociedade, por isso, nós precisamos ter uma lei estadual que regule esse reajuste e reposição. Estamos chegando ao final do ano e até hoje o governo não encaminhou para a Assembleia um projeto definindo os índices e critérios de reajustes do piso regional, isso é uma indecência e um desrespeito aos trabalhadores”, protestou.
Em tom semelhante, desabafou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Amarildo Cenci. “Há no mínimo dois desrespeitos do governo e sua base como os trabalhadores do Rio Grande do Sul: primeiro; não cumpre a data base, que é no mês de maio. Depois, protela a discussão de uma política para o piso. Por isso, todo o ano precisamos vir na assembleia tratar, dialogar, combinar. É necessário ter uma política estadual aliada à política nacional, proposta que o deputado Mainardi apresentou e que a CCJ teima em ficar protelando”, destacou Cenci.
A presidenta do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato), Helenir Aguiar Schürer, também criticou o pedido de vistas. “Nós saímos da reunião da CCJ nos sentindo desrespeitados. O jogo político para o atraso da decisão do salário mínimo regional é um desrespeito com os trabalhadores que convivem com essa indefinição, há quase um ano. O pedido de vistas é simplesmente uma ação para atrasar o processo, porque toda a CCJ já discutiu, todos os deputados sabem do que está se tratando e infelizmente essa manobra vai deixar mais algum tempo os trabalhadores gaúchos sem essa revisão tão necessária para a sua sobrevivência”, concluiu Helenir.