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EP instrumental Os Tempos e os Ventos homenageia obra de Érico Veríssimo e cultura gaúcha

Em 31/10/2024 às 18:05h
Melissa Louçan

por Melissa Louçan

EP instrumental Os Tempos e os Ventos homenageia obra de Érico Veríssimo e cultura gaúcha | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Divulgação

Uma das obras máximas da literatura gaúcha virou música. Na quarta-feira, 30 de outubro, o músico e compositor Chico Teixeira lançou o EP Os Tempos e os Ventos, um projeto instrumental que celebra a cultura regional gaúcha e a obra O Tempo e o Vento, do escritor Érico Veríssimo. O lançamento traz à tona temas e sonoridades que remetem à identidade e à história do Rio Grande do Sul.

O EP, com músicas de ritmos regionais e arranjos cuidadosamente elaborados, conta com composições originais de Chico Teixeira, Augusto Maradona e Herick Vaz. A ideia do projeto surgiu de encontros e colaborações entre compositores bajeenses, que buscavam criar uma obra que resgatasse a música instrumental tradicional gaúcha, utilizando instrumentos emblemáticos como violão, acordeon, contrabaixo e percussão.

Esses sons típicos, segundo Teixeira, remetem à obra de Veríssimo, que completa 60 anos de publicação da obra-prima O Tempo e o Vento, um clássico da literatura brasileira que aborda a formação cultural e histórica do povo gaúcho em um período de 200 anos, de 1745 a 1945. A referência à obra de Veríssimo não é casual. Em 2013, a cidade de Bagé foi escolhida como locação para a adaptação cinematográfica de O Tempo e o Vento, dirigida por Jayme Monjardim. A cidade cenográfica de Santa Fé foi construída especialmente para o filme, reforçando o vínculo entre o enredo literário e a cultura local. O EP Os Tempos e os Ventos busca dar continuidade a essa relação, segunto Teixeira: “É um trabalho instrumental simples, mas feito com muito respeito à obra na qual ela está ligada e a verba federal aplicada.”

O projeto enfrentou desafios significativos para adaptar as narrativas e personagens de Veríssimo a faixas instrumentais. Teixeira, que em 2023 levou todos os prêmios da categoria Regional do Açorianos de Música, explica que a intenção foi traduzir, por meio das trilhas sem letras, “algo que nos levasse, de alguma forma, ao nosso cotidiano regional gaúcho, em que é baseado a obra literária” Cada composição explora um tema central da obra, como “O Sobrado” e “O Continente de São Pedro,” que foram transformados em chamamés, enquanto “Santa Fé” ganhou a forma de uma chamarra, e “Terra Cambará” se tornou uma milonga. Para Teixeira, essas músicas buscam despertar no ouvinte uma interpretação única de O Tempo e o Vento, evocando memórias das narrativas.

A iniciativa do projeto foi viabilizada por meio da Lei 195/2022, Lei Paulo Gustavo, promovida pelo Ministério da Cultura e selecionada pelo Edital de Chamamento Público nº 02/2023 da Prefeitura Municipal de Bagé, através da Secretaria Municipal de Cultura. Além de Chico Teixeira, Augusto Maradona e Herick Vaz, o EP conta com as participações especiais dos músicos Diego Kaupe e Tiago Jardim, que, segundo Teixeira, “trazem um trabalho instrumental feito com muito respeito à obra na qual ela está ligada e a verba federal aplicada.”

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Como parte da contrapartida social do projeto, o grupo realizou uma apresentação especial de suas composições, assim como de outros clássicos da música gaúcha, para os atendidos da APAE de Bagé, parceira do projeto. Os integrantes da APAE também participam de um clipe musical da faixa “O Sobrado”, que foi lançado ontem, dia 30, nas redes sociais. O clipe foi gravado na Pousada do Sobrado, também parceira deste Projeto Audiovisual, referente ao Edital de Chamamento Público nº 01/2023 da Prefeitura de Bagé.

A obra está disponível em todas as plataformas digitais.

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