Segurança
Operação deflagrada em Bagé investiga ligação com facções do sistema penitenciário, diz delegado
por Rochele Barbosa
Durante a Operação Decollatus, deflagrada na manhã de quinta-feira, dia 12, um advogado foi preso preventivamente, acusado de tráfico de drogas - ele foi flagrado pelo porte ilegal de uma arma calibre nove milímetros. Outros quatro indivíduos também foram detidos. A informação foi confirmada pelo delegado Guilherme Nunes, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Bagé.
A Polícia Civil, por meio da Draco de Bagé e com apoio de todas as delegacias da 9ª Região Policial, além das regionais de Santana do Livramento, Uruguaiana, Santa Maria, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul, Pelotas e Rio Grande, e com o auxílio da Brigada Militar (Força Tática, Serviço de Inteligência e BP Choque), deflagrou a operação em Bagé e no Estado de Santa Catarina. Foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, além de um mandado de prisão preventiva.
Segundo o delegado Nunes, a operação teve início após uma prisão realizada pela Brigada Militar no começo de maio. Um indivíduo foi detido por armazenar um arsenal de armas, incluindo um fuzil, armamento considerado incomum em Bagé. "A partir dessa prisão, começamos a investigar o suspeito e descobrimos um grupo criminoso que atuava no tráfico de drogas em Bagé e na região", explicou.
Nunes destacou ainda que os crimes estão vinculados a facções criminosas. "Os principais líderes estão recolhidos no sistema penitenciário, infelizmente ainda fazendo uso de telefones celulares, o que é uma realidade que enfrentamos. Nosso objetivo é frear os homicídios relacionados a essas facções. Caso haja indícios de continuidade das atividades criminosas, pleitearemos a remoção desses detentos para outras unidades prisionais, uma medida que também utilizamos", ressaltou.
O delegado finalizou explicando que as investigações continuarão, uma vez que dezenas de telefones celulares foram apreendidos durante a operação. "Os aparelhos serão analisados, e, se encontrarmos vínculos com atividades criminosas, poderemos aprofundar as investigações. Muitas vezes, não encontramos drogas no momento da busca, mas conseguimos avançar com base em outras evidências. Continuaremos realizando operações desse porte, podendo ser maiores ou menores. Além disso, contamos com a participação da presidência da OAB de Bagé, que prontamente se fez presente, uma vez que havia um mandado de busca e prisão na residência de um advogado. A presença da OAB garantiu a legalidade da ação", concluiu.