Região
Levantamento de Sindicato aponta impacto das chuvas para pequenos produtores
por Melissa Louçan
Na segunda-feira, 13, Milton Domingues Brasil, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé, apresentou relatório sobre os danos provocados pela persistente temporada de chuvas que tem assolado a região nos últimos meses. Desde o início de abril até meados de maio, já foram acumulados impressionantes 327 milímetros de chuva, dos quais 120 milímetros caíram apenas nos primeiros 13 dias deste mês.
Segundo a diretoria, os prejuízos são significativos e afetam diretamente os produtores, com a destruição de lavouras e interrupções prolongadas no fornecimento de energia elétrica, chegando a ultrapassar quinze dias em algumas áreas.
Os relatos colhidos junto aos produtores, associações e cooperativas de produção revelam uma série de desafios enfrentados, como a falta de energia elétrica, que atingiu cerca de 230 unidades consumidoras de produtores agropecuários familiares, resultando em prejuízos como a queima de eletrodomésticos e equipamentos, perda de produtos perecíveis e aumento dos custos de produção devido à necessidade de aquisição de geradores e combustível adicional. Entre os pontos críticos estão nas seguintes localidades: Olhos D'água, Passo da Alexandrina, Rincão do Tata, Banhado Grande, Capão Alto, Serrilhada, São Luiz, Coxilha do Haedo, Bento Rengo, Rincão dos Jardim.
A destruição das estradas do interior também foi apontada no relatório, já que comprometeu o transporte escolar, o acesso a serviços de saúde, escoamento de produção e o transporte de animais para abate.
Na pecuária de leite, conforme aponta Brasil, houve uma redução na produção de cerca de 15%, principalmente devido à falta de pastagem disponível para os animais. Também indicou que as pastagens foram fortemente afetadas pelas chuvas, dificultando o acesso para novos cultivos e impondo altos custos com aquisição de sementes.
Brasil destaca que todos os setores agrícolas têm sido severamente afetados pelas condições climáticas adversas, como a ovinocultura, que enfrenta perdas de peso nos animais e dificuldades no escoamento da produção. Além disso, ele indica que na apicultura, a produção diminuiu devido aos longos períodos de chuva, assim como os hortigranjeiros, que sofreram redução na produção e qualidade dos produtos, com contaminação por fungos devido ao excesso de umidade.
O presidente do sindicato também pontua, no relatório, que na pecuária de corte, além dos desafios com a falta de pastagem e problemas nas estradas, o combate ao carrapato também se tornou difícil devido às chuvas.
E a situação pode se agravar, já que a previsão é de continuidade da frequência de precipitações por mais algumas semanas.