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Bajeense cria vaquinha para custear mestrado nos Estados Unidos
por Redação JM
A jovem Sara Bohi, ex-aluna das escolas Antenor Gonçalves Pereira (Geteco) e Carlos Kluwe (Estadual), deixou Bagé em 2016, aos 17 anos, para cursar Ciências Biológicas na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em São Gabriel. No decorrer da graduação, Sara percebeu que, além da biologia, tinha interesse pela Biotecnologia e decidiu tomar os riscos e cursar as duas áreas ao mesmo tempo. A bajeense foi aprovada na Texas Tech University (no Texas, Estados Unidos), para estudar plantas antárticas, e criou uma vaquinha virtual para ajudar nos custos.
Ao chegar na Universidade, Sara se identificou com os trabalhos de pesquisa e resolveu fazer parte do laboratório NEVA (Núcleo de Estudos da Vegetação Antártica), dando início a sua nova paixão e objeto de estudo: musgos. “Eu sempre gostei de botânica e sabia que queria trabalhar com plantas, algo que fosse mais aplicado, e foi quando participei de uma palestra realizada pelo NEVA, achei incrível e sabia no meu coração que eu tinha que fazer parte”, conta a jovem pesquisadora.
Depois de alguns sacrifícios e noites acordada estudando, o esforço deu seus frutos: Sara tornou-se Bióloga em 2020 e, um ano depois, formou-se em Biotecnologia também. Mas ela ainda iria além. Graças ao trabalho dos pesquisadores, o laboratório teve o projeto aprovado pelo Programa Antártico, junto com Capes, CNPQ e MCTI e a jovem bajeense foi uma das selecionadas para subir a bordo do Navio Polar Almirante Maximiano e participar da 40ª expedição brasileira à Antártica.
Durante 35 dias, no primeiro trimestre de 2022, Sara vivenciou, como voluntária, sua primeira experiência no continente de origem dos musgos que ela estudava, hospedada na Estação Brasileira Comandante Ferraz, a fim de coletar determinadas espécies de musgos antárticos para o projeto. Projeto este que tem como objetivo utilizar os musgos como biofábricas para a produção de enzima essencial na produção do fármaco usado no tratamento da leucemia que atinge crianças entre 2 e 5 anos.
Sara conta que, junto com o período de ida, estadia e volta para o Brasil, precisava ficar os meses de janeiro, fevereiro e março em alto mar e no gelo, sem conseguir se comunicar direito com as pessoas daqui. “Eu sabia que ficaria três meses me comunicando muito pouco com a minha família e amigos, mas era a oportunidade perfeita pra dar continuidade ao nosso projeto que é tão importante”, explica.
Próximo passo
Com o fim da expedição e a conclusão dos seus estudos de graduação, a jovem tinha como objetivo continuar correndo atrás do seu sonho de pesquisa antártica. “Resolvi aplicar para uma vaga na Texas Tech University, especificamente para trabalhar com plantas antárticas e de que forma o aquecimento global está as atingindo e o que pode ser feito para retardar ou remediar estes efeitos”, conta Sara Bohi.
No mesmo dia de sua entrevista, a jovem foi aceita e uma bolsa de estudos foi oferecida a ela na universidade. No entanto, apesar de pagar a maior parte da mensalidade e taxas cobradas pela universidade, há custos altos que a bolsa não cobre. “Mesmo com o auxílio que vai possibilitar ‘sobreviver’ no Texas, o governo americano é extremamente rigoroso com a entrada de estrangeiros e para que eu consiga chegar até lá são necessárias algumas etapas que custam caro”, explica.
Para que Sara possa permanecer nos Estados Unidos é preciso pagar a taxa do visto F-1 de estudante no valor de US$350, que no momento equivalem a R$1,7 mil. Além disso, para o visto também é necessário pagar a taxa “SEVIS Fee” para estudantes, que custa o mesmo valor de US$350 (R$1.700).
Além da parte burocrática, Sara também precisa arcar com o custo da passagem para o Texas, que atualmente está no valor de aproximadamente R$4 mil, além dos custos do primeiro mês de estadia na cidade, antes de receber a minha primeira bolsa. “São custos altos e que preciso juntar ainda mais, sabendo da desvalorização da nossa moeda brasileira”, afirma Sara.
Como ajudar
Para conseguir o valor e obter ajuda de pessoas que optarem por ajudar, Sara criou uma vaquinha virtual, com a meta de arrecadação inicial de R$5 mil. “Coloquei a meta da minha vaquinha de R$5 mil, pois me ajudaria imensamente, mas deixo as pessoas à vontade para colaborarem além deste valor, já que provavelmente o gasto no exterior será bem maior”, explica.
{AD-READ-3}Tendo sido estudante de universidade pública durante toda graduação, Sara deixa seu recado: “Sabendo da desvalorização da ciência no Brasil atualmente, conto com qualquer colaboração que as pessoas tenham condições de fazer, para que eu, jovem pesquisadora brasileira, possa seguir meu sonho de fazer pesquisa!”
O link para ajudar Sara é www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-a-sara-a-realizar-mestrado-nos-eua, outra opção é fazer um pix para 2819094@vakinha.com.br, que o valor vai direto para a vaquinha virtual da jovem.