Cidade
Candiota retoma movimento pró-carvão
por Jaqueline Muza
A primeira edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG Municípios), uma iniciativa inédita do Observatório do Clima, que apontou Candiota como a cidade que emite mais gases de efeito estufa no Rio Grande do Sul, gerou indignação nos gestores do município. Com isso, para defender a principal riqueza regional, o município está realizando várias tratativas, inclusive a reativação do movimento pró-carvão, cuja mobilização deve ter seu marco até o início de maio.
De acordo com o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, as duas usinas ativas no município, Candiota III (Fase C) e Pampa Sul, utilizam tecnologia para minimizar a emissão dos gases. Ele salienta que a pesquisa foi irresponsável e não condiz com a realidade. “Quem fez a pesquisa não conhece Candiota. Temos 10 Estações de Tratamento de Qualidade do Ar e o município é cheio de florestas de eucalipto, preservando mais de 200 espécimes de pássaros”, relata.
O evento de apresentação do estudo completo será feito realizado até o inicio de maio, com dados históricos e atualizados sobre o comportamento das emissões no municipio. O prefeito informa que as análises já foram protocoladas no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Ministério de Minas e Energia (MME) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE). Ele informa que, desse modo, serão apresentados os dados já levando em consideração novos empreendimentos como a Fase D da Usina de Candiota, a UTE Ouro Negro, a segunda etapa da UTE Pampa Sul e a Nova Seival.
A Copelmi Mineração, aliás, irá realizar no dia 20 de maio, às 18h, uma audiência pública de forma virtual para apresentar o projeto da Usina Termelétrica (UTE) Nova Seival e, com isso, obter a licença ambiental prévia (LP) para a construção. A empresa já entregou ao Ibama o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/Rima). De acordo com Folador, as usinas movimentam a economia da região visto que, diariamente, cerca de 50 ônibus chegam à cidade com trabalhadores de vários municípios, muitos dos quais moram ou se hospedam em Bagé.
Mobilizações
A defesa do mineral teve um dos seus ápices em agosto de 2011, quando ocorreu o 1º Manifesto Regional Pró-Carvão. O evento reuniu milhares de pessoas e representantes de pelo menos 15 cidades carboníferas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Na época, a luta era pela inclusão de novas usinas nos leilões de energia A-5, do governo federal. O resultado disto, em parte, foi a viabilização da Pampa Sul, selecionada para gerar energia exatamente através dos certames da União.
{AD-READ-3}Em 2016, o movimento foi retomado, então, para defender a operação das atividades da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) e da Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM), ambas com unidades em Candiota.