Cidade
Doenças respiratórias crescem com mudança de estação e impactam pronto-atendimentos
“Estimamos em torno de 25%”, afirma a médica Flávia Marzola, pneumologista responsável técnica pela Vigilância Epidemiológica
por Melissa Louçan
A transição do inverno para a primavera tem provocado um aumento expressivo nos casos de doenças respiratórias, levando um grande número de pessoas aos pronto-atendimentos. A maior circulação de vírus, associada às variações bruscas de temperatura e ao aumento de pólen no ar, intensifica quadros de infecções respiratórias e descompensa problemas crônicos, como asma e bronquite. O fenômeno, que ocorre tradicionalmente com a troca de estação, está ainda mais acentuado este ano devido ao inverno rigoroso e à baixa adesão à vacinação contra a influenza, um dos principais fatores de prevenção.
A médica Flávia Marzola, pneumologista responsável técnica pela Vigilância Epidemiológica na 7ª Coordenadoria Regional de Saúde, observa que os atendimentos de problemas respiratórios aumentaram: “Estimamos em torno de 25%, pelo incremento nos pronto atendimentos”, afirma a médica, destacando que, embora essa alta seja característica da mudança de estação, este ano o cenário se agravou devido a um inverno chuvoso e frio. Segundo Marzola, “sempre na troca de estações há uma maior circulação viral, que causa uma inflamação das vias aéreas”.
Além das mudanças climáticas, outros fatores têm colaborado para a piora da situação, como a presença de pólen na primavera e a maior amplitude térmica, que sobrecarregam o sistema respiratório. Com a circulação aumentada de vírus e bactérias, as infecções respiratórias tendem a ser mais comuns. Para Marzola, o problema é agravado pela baixa adesão à vacina contra a influenza, que é essencial para prevenir casos graves e reduzir a propagação de doenças respiratórias. “A vacina contra a influenza é um fator de prevenção”, explica a médica, alertando para os riscos de descompensação dos quadros crônicos de doenças respiratórias sem a devida proteção.
Para evitar complicações, Marzola recomenda uma série de cuidados preventivos, especialmente para os mais vulneráveis, como idosos, crianças e portadores de doenças respiratórias crônicas. Ela destaca a importância de não fumar, ou, caso a pessoa seja fumante, evitar fumar dentro de casa para não prejudicar a qualidade do ar dos ambientes internos. Além disso, orienta sobre manter uma boa hidratação, uma alimentação balanceada e qualidade do sono, aspectos que fortalecem o sistema imunológico.
Outra recomendação importante é evitar a exposição a variações climáticas extremas e locais insalubres, onde há maior concentração de agentes nocivos para o sistema respiratório. Marzola reforça que, ao adotar essas medidas e manter a vacinação em dia, a população pode reduzir significativamente o impacto das doenças respiratórias durante o período de transição das estações.