Direito Urcamp - 55 anos
Cinquenta e cinco anos de excelência no ensino de Direito
por Redação JM
Fruto de uma iniciativa de Attila Taborda, por meio da Fundação Universidade de Bagé (Funba), pioneira no Ensino superior na Campanha Gaúcha, e em articulação com a Universidade Católica de Pelotas, a criação do curso de Direito da Urcamp foi autorizada pelo decreto 65.717, assinado pelo presidente Emílio Garrastazu Médici e pelo ministro da Educação, Jarbas Passarinho, há 55 anos. Cópia da normativa, publicada na edição do dia 18 de novembro de 1969 do Diário Oficial da União, integra o acervo do Museu Dom Diogo de Souza, mantido pela Fundação Attila Taborda (Fat/Urcamp).
Em 1969, com transmissões via satélite, a televisão já era capaz de exibir a caminhada de astronautas na Lua, e o sistema que daria origem à Internet ganhava forma nos Estados Unidos, com a Arpanet. Mas foi por telegrama, assinado pelo bajeense Favorino Mércio, chefe de gabinete do Ministério da Educação e Cultura, que o presidente da Funba, Attila Taborda, recebeu a informação da assinatura do decreto que autorizava a criação do curso de Direito. “Está assim concluído o processo em sua fase inicial, devendo no ano vindouro ter início os exames vestibulares”, pontuava o comunicado.
A Lei da Reforma Universitária, estabelecida um ano antes, previa que o vestibular deveria abranger os conhecimentos comuns às diversas formas de educação do segundo grau, sem ultrapassar este nível de complexidade, para avaliar a formação recebida pelos candidatos e sua aptidão intelectual para estudos superiores. A legislação, aliás, foi importante para o estabelecimento do curso de Direito de Bagé.
A Reforma Universitária, que propunha expandir o setor, teve um impacto significativo na criação de novos cursos, especialmente no interior do Brasil. Ao estabelecer mudanças como a criação de departamentos, o sistema de créditos e os cursos de curta duração, a lei facilitou a diversificação da oferta educacional, permitindo que as instituições adaptassem seus currículos às demandas regionais. A reforma criou, na prática, um ambiente favorável para a expansão das universidades privadas.
Cumprindo o cronograma previsto por Favorino Mércio, o primeiro vestibular da Funba seria realizado em fevereiro de 1970, reunindo mais de 600 candidatos às vagas nos cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Faculdade de Ciências Econômicas e Faculdade de Direito. Cerca de 60 calouros foram matriculados para o primeiro semestre do novo curso, para o ano letivo que se iniciou em março daquele ano, com aula magna do deputado Tarso Dutra, ex-ministro da Educação.
O movimento estudantil ligado ao curso de Direito, responsável pela formação de lideranças políticas que alcançaram os postos de vereadores, prefeitos e deputados, começou com a criação do Diretório Acadêmico Félix Contreiras Rodrigues. E na primeira eleição, os acadêmicos exercitaram os conhecimentos adquiridos nas cátedras, apresentando um pedido de impugnação de uma das chapas. O postulante, porém, teve a candidatura deferida, conforme detalha o Caderno de Atas mantido pela Urcamp.
Até julho de 1973, o curso foi oficialmente ligado à Universidade Católica de Pelotas. A substituição da entidade mantenedora, pleiteada em 1972 junto ao Conselho Federal de Educação, só seria formalizada em julho do ano seguinte, em favor da Funba. E em carta enviada a Tarcísio Taborda, vice-presidente da Fundação, o reitor da Universidade Católica de Pelotas, dom Antônio Zattera, afirma que a instituição “vê-se gratificada por contribuir para que se dê importante passo visando ao desejado surgimento da universidade bajeense”.
{AD-READ-3}Em entrevista ao Jornal Minuano, em 2019, o orador da primeira turma de Direito, João Bosco Abero, destacou o papel desempenhado pelo professor Davi Ulisses Simões Pires, segundo diretor da Faculdade de Direito, no processo que culminou no reconhecimento do curso pelo MEC, em 1974. O discurso de Abero, aliás, integra o acervo do Museu Dom Diogo de Souza, que mantém a memória do curso de Direito em uma sala dedicada à história da profissão em Bagé.
Com a transformação da Funba em Universidade, iniciada em 1986, quando a instituição enviou uma carta-consulta ao Conselho Federal de Educação, o curso de Direito passaria à Universidade da Região da Campanha (Urcamp). Em janeiro de 2016, antes de integrar a lista de cursos ofertados pelo Centro Universitário da Região da Campanha, entrou para o seleto grupo de programas que já recebeu o selo OAB Recomenda, concedido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para graduações que obtêm resultados acima da média no Enade e na aprovação do exame da Ordem.