Região
Colônia Nova celebrará 75 anos com evento cultural que relembra a trajetória dos menonitas no Brasil
Programação será realizada no novo salão da Igreja Evangélica Irmãos Menonitas, a partir das 20h.
por Melissa Louçan
Neste sábado, dia 9, os moradores da Colônia Nova, uma das comunidades agrícolas mais tradicionais e produtivas da região da Campanha, se reunirão para celebrar o 75º aniversário da localidade. O evento contará com uma noite cultural, que convida os participantes a revisitar a história dos menonitas que chegaram à região em 1949, em busca de terras férteis para o cultivo de trigo. A programação será realizada no novo salão da Igreja Evangélica Irmãos Menonitas, a partir das 20h.
De acordo com Ingrid Hubert, uma das organizadoras do evento, a noite cultural apresentará uma série de encenações e narrações que resgatam a trajetória de migração dos menonitas. Originalmente da Rússia, o grupo cristão buscava liberdade religiosa e melhores condições de vida. Ao chegarem à Colônia Nova, encontraram uma nova oportunidade de reconstrução. "Essa é uma festa para todos que se interessam pela nossa história", destaca Ingrid.
A programação inclui flashes teatrais amadores, intercalados com músicas típicas, apresentações de orquestra e relatos sobre momentos marcantes da história da comunidade. Serão abordados temas como a partida dos menonitas da Rússia, as dificuldades enfrentadas em Santa Catarina e, por fim, a chegada a Bagé, onde construíram o hospital comunitário e a CAMAL (Cooperativa Agrícola Mista da Colônia Nova Ltda.).
Os menonitas são descendentes de um movimento religioso anabatista iniciado na Europa no século XVI, durante a Reforma Protestante. Com raízes no trabalho de Menno Simons, os menonitas seguiram uma trajetória marcada pela busca por refúgio frente à perseguição religiosa, espalhando-se por vários países europeus e, posteriormente, pelas Américas. Em 1789, um grupo que vivia na Prússia foi convidado pela imperatriz russa Catarina, a Grande, para povoar áreas da Ucrânia. Contudo, os conflitos da Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa forçaram a comunidade a procurar novos territórios onde pudessem viver conforme sua fé.
Após um período em Santa Catarina, muitos menonitas seguiram para a Colônia Nova, atraídos pela promessa de terras férteis e um clima favorável ao cultivo agrícola. “Em 1959, a colônia chegou a abrigar mais de 200 famílias, que prosperavam com a produção de trigo. Porém, a quebra das safras em 1957 fez com que muitos retornassem a Santa Catarina”, explica Ingrid.