Eleições 2024
“O que realmente me motiva é fazer com que Candiota volte a desenvolver”, pontua Adriano
Candidato do PT busca voltar ao comando da Prefeitura da Capital do Carvão
por Redação JM
O candidato Adriano Castro dos Santos, 49 anos, é advogado. O postulante à Prefeitura de Candiota, pelo PT, lidera a coligação Frente Popular: poder ao povo de novo, que conta com o PDT e apoio do PSOL. Guilherme Barão, do PDT, é o candidato a vice-prefeito.
Na última entrevista da série produzida pelo Jornal Minuano com os candidatos à Prefeitura de Candiota, o postulante do PT detalha propostas relacionadas abastecimento de água, projetos para saúde e apresenta posição sobre a transição energética.
MINUANO - Por que decidiu disputar a eleição em 2024?
ADRIANO - Fui chamado para coordenar a campanha do presidente Lula, na região. Estive fora de Candiota trabalhando. Fui um desses que foi para fora em busca de serviço e retornei. Vi que, depois que a gente saiu do mandato, Candiota não evoluiu em quase nada. Começamos a caminhar de novo por toda Candiota e a gente viu as vilas totalmente abandonadas.
O PT considerou que precisava ter uma candidatura e essa candidatura acabou indo na direção do meu nome. Falei claramente com o partido, que se precisasse eu estaria à disposição. E o partido unificou no debate que o nome fosse o meu. Então aceitei o desafio. Mas o que realmente me motiva é fazer com que Candiota volte a desenvolver, a crescer, a ter projeto habitacional, que a gente consiga sonhar com os nossos jovens no emprego melhor, assumindo as vagas, que a gente volte a sonhar com a água de qualidade, reduzir a tarifa de transporte escolar, que as cestas básicas que o município distribui através da assistência social cheguem de forma não tão desumana.
MINUANO - Qual é o seu plano para melhorar a qualidade e o acesso aos serviços de saúde em nossa cidade, especialmente para as populações mais vulneráveis?
ADRIANO – Primeiro quero me dirigir aos funcionários da Secretaria da Saúde, que eu tive o prazer de ter trabalhado com eles enquanto prefeito. Me ajudaram muito. A equipe de saúde dos concursados do município de Candiota, dos efetivos, dos que estão ali trabalhando, é de excelência. Mas município precisa das estruturas e condições para eles trabalharem. Dario Lassance tem mais de quatro mil unidades habitacionais e não tem um horário de atendimento estendido no posto de saúde. Eu estive com o Lula em Porto Alegre, quando ele veio anunciar o PAC, e ele anunciou R$ 2 milhões para a construção de uma unidade básica de saúde, que nós vamos transformar em uma UPA. Quando fui prefeito, conquistamos a filantropia da Fundação Maria Anunciação Gomes de Godoy, que só funcionava com recurso do município. É necessário humanizar a saúde. Candiota não avançou na questão da tecnologia, de usar dados online. Hoje isso é essencial para eliminar filas. Candiota tem um diferencial, que é a questão dos núcleos habitacionais separados. Precisamos estender as especialidades também para essas comunidades. O convênio que existe hoje com a Colônia Nova foi eu que criei. E nós vamos ampliar esse convênio. Queremos investir na saúde preventiva e modernizar o setor para dar qualidade e agilidade.
MINUANO - Quais são suas propostas para garantir o abastecimento de água de qualidade e em quantidade suficiente para todos os bairros da cidade?
ADRIANO - Hoje, a produção de água de Dario Lassance vem de um açude da frente da cidade e de outro açude abaixo, de uma propriedade particular. A água de rio é muito mais fácil de tu fazer o tratamento químico do que uma água parada de açude. Então, nós queremos fazer uma conexão que dá mais ou menos uns dois quilômetros da barragem do Arroio Candiota com a ETA de Lassance, para ter uma água de maior facilidade de tratamento e em abundância o ano inteiro. Vamos ter acesso à Funasa, ao governo federal também, para novos projetos e reservatórios individuais de água para as famílias. Vamos buscar um projeto junto a Funasa para quando tiver falta de água as pessoas terem reservação. Estudamos fazer uma conexão do Arroio Candiota com a ETA da Vila Operária, para ter uma água de qualidade a ser tratada. O Seival precisa ter mais um reservatório. A produção de água do bairro João Emílio, a gente vai retomar ela pela ETA até a conexão da rede da Vila Operária com a água do Arroio Candiota. Pensamos em criar um departamento para qualificar a distribuição de água. Esse departamento vai ter receita própria para organizar todo o sistema.
MINUANO - Quais são suas estratégias para melhorar a qualidade ambiental na cidade?
ADRIANO - Hoje o ar de Candiota é medido continuamente. As usinas são medidas continuamente. Com todos os novos sistemas, as duas usinas em operação são das mais modernas do mundo. Existe a questão do efeito estufa, mas é mínimo no sistema nacional. E Candiota tem um cenário favorável, pela questão do verde, dos campos. Com a conquista do recurso de R$ 1 milhão foi criado um Ecoparque. Projetamos fazer um trabalho constante em agroecologia. E vamos trabalhar a nível do Ministério de Meio Ambiente e outras políticas que venham principalmente das compensações ambientais das empresas para termos uma conscientização na comunidade, servir de exemplo de cidade sustentável e ambientalmente correta. Mas para isso vamos buscar parceria junto às empresas que hoje estão instaladas no município, que são produtoras de energia, para buscar soluções para cada uma dessas questões ambientais que o município enfrenta.
MINUANO - Qual é sua posição sobre o uso de energia a carvão como fonte de geração de energia na cidade e quais são suas propostas para a transição energética?
ADRIANO - Para mim, se Candiota é o foco deste debate, Candiota tem que ser o exemplo. Entendemos que o carvão é importante não só para Candiota, para a região, mas para o Brasil. Mas também reconhecemos que precisamos ter uma política clara da transição energética. E ela vai englobar todo um cenário de desenvolvimento. Temos a produção de cimento e a gaseificação como alternativas que estão no nosso horizonte. Mas precisamos ir além, buscando outras alternativas, seja através do fortalecimento do empreendedorismo do município, das mulheres empreendedoras, através das vinícolas, dos produtores de azeite de oliva, das agroindústrias, inserindo o setor primário, o comércio e os serviços neste planejamento de futuro. Também precisamos desenvolver o setor do turismo, incluindo Candiota em uma rota regional. Não vejo a transição energética hoje sem ela ser debatida com o interior, com o agronegócio, com a agricultura familiar. Os maiores incentivadores do comércio de Candiota hoje estão no interior. Precisamos entender que os empreendedores estão na cidade e no interior. E nós temos que começar a ter um olhar voltado lá para fora, de forma a entender que tem que ter estrada de qualidade.
{AD-READ-3}Considerações finais
ADRIANO – As estradas, principalmente no interior, são estratégicas para a Candiota. Vou entrar no debate da Transcampesina, futuramente, como prefeito, e dizer que quero ligá-la à sede do meu município. Eu quero pavimentar essa parte também, que vai trazer a população para a cidade, que é onde eles consomem, que é onde eles acessam saúde, que é onde eles acessam comércio, supermercados. E também, se eu quero comercializar o produto do interior, eu tenho tirar o difícil acesso da população. Senão, eu não vou estar debatendo nada. Precisamos atender o interior com um departamento, uma subprefeitura, para as máquinas que vão trabalhar nas estradas estarem próximo da propriedade, para te ter um serviço eficiente, que realmente começar às 8 horas da manhã e não sair daqui para ir trabalhar às 8 horas da manhã. A gaseificação do carvão é de suma importância, porque o nosso carvão é importantíssimo para economia do Estado. Vamos estar sempre lutando por isso também, porque isso gera muito emprego. Fala-se tanto em transição energética, mas se discute muito pouco a questão real daquelas pessoas que querem contribuir para o desenvolvimento da nossa comunidade, que são os empreendedores e as empreendedoras locais. A gente representa todas essas pessoas que estão carentes, nesse momento, de uma atenção especial, carentes de políticas públicas que realmente as contemplem.