Eleições 2024
“Pretendemos planejar o município para os próximos 30 anos”, destaca Darlan
por Redação JM
O candidato Darlan da Silva Oliveira, 59 anos, é líder sindical, ligado à categoria eletricitária. O postulante à Prefeitura de Candiota, pelo PSB, concorre sem coligação. Éverton Prestes, também do PSB, é o candidato a vice-prefeito.
Na segunda entrevista da série produzida pelo Jornal Minuano com os candidatos à Prefeitura de Candiota, o postulante do PSB detalha propostas para economia, abastecimento de água, transição energética e setor primário.
MINUANO - Por que decidiu disputar a eleição em 2024?
DARLAN – Tínhamos uma aliança de esquerda. No decorrer das pré-candidaturas, eu estava de vice na chapa e essa candidatura não se confirmou, e, por uma iniciativa partidária, na convenção, tínhamos duas alternativas, ou liberávamos os filiados para que votassem em quem quisessem, sem ter uma condicionante do partido, ou, por sugestão, que nós entrássemos com uma chapa pura. E nisso aí saiu a indicação do meu nome e a indicação do Éverton. Aceitamos o desafio e entramos para fazer uma campanha com alternativas, com propostas, porque a ideia que a gente traz são propostas que sejam factíveis, não é nada iludindo a população. Tudo que tem no nosso plano de governo, temos plenas condições de executar. A gente está pensando não é uma política para quatro anos. Pretendemos planejar o município para os próximos 30 anos.
MINUANO - Qual é o seu plano para melhorar a qualidade e o acesso aos serviços de saúde em nossa cidade, especialmente para as populações mais vulneráveis?
DARLAN – Queremos melhorar a infraestrutura da saúde, ampliando os espaços físicos nas unidades básicas. Isso consta no nosso plano de governo. Uma das pendências que temos são os pontos os postos. O atendimento começa às 8 horas da manhã e encerra às 14h36. Temos três pontos que são estratégicos: o bairro da João Emílio, a sede do município e o interior, que é na Oito de Agosto, para atendermos das 8 horas da manhã às 20h. Isso nos dá a condição de aliviarmos o pronto-atendimento e temos a intenção de tentar viabilizar um atendimento no mínimo para desafogar o hospital de Bagé. Precisamos de uma série de especialidades, como neurologista, cardiologista. É um projeto que quem disser que vai implantar agora está mentindo. Não tem condições. Teria que reestruturar todo o prédio do hospital para fazer a implantação, mas por exemplo, podemos estruturar para atendimentos de pessoas que precisam ficar hospitalizadas até fazer um soro fazer, esse tipo de cuidado. Acredito que isso a gente tenha condições de buscar sem iludir a população de Candiota.
MINUANO - Quais são suas propostas para garantir o abastecimento de água de qualidade e em quantidade suficiente para todos os bairros da cidade?
DARLAN - A questão da água é uma particularidade, que começou a acontecer pós-emancipação. Quando a água era tratada pela CEEE e pela CRM, não tínhamos problema de qualidade. Lógico que era uma população bem menor, mas não tínhamos toda essa questão de fornecimento de água, que hoje é precário. Nosso projeto é ter um departamento cuidando especificamente da água. Temos hoje um sério problema no abastecimento da água potável, porque ele começa já na captação da água bruta . Não temos, por exemplo, no interior, uma uma ETA para tratamento. É caro levar essa água bruta lá para o interior? É, mas nós temos alternativas, por exemplo, através da barragem da Oito de Agosto. Precisamos fazer com que tenhamos uma ou duas ETAs para tratamento da água no interior e fazer a distribuição a partir do próprio interior em qualidade, comprando produtos de qualidade, para que tenhamos essa água de fato potável. A gente tem que tomar muito cuidado com a questão financeira do município, então não estamos falando em autarquia.
MINUANO - Quais são suas estratégias para melhorar a qualidade ambiental na cidade?
DARLAN - A questão das termoelétricas precisamos esclarecer bem. No passado, tivemos termoelétricas dentro de Candiota, quando era distrito de Bagé, realmente poluentes. Jogavam muito material particulado no ar. Mas hoje não temos mais isso. Temos condições de olhar a chaminé da usina e vermos simplesmente um vapor que sai de lá, por conta dos novos equipamentos, tratamento com cal e as duas usinas que temos estão adequadas. Na questão do lixo, temos que ter começar por uma questão que é a coleta seletiva, fazendo com que a reciclagem seja ampla. Vamos investir na reciclagem do lixo, porque não adianta fazer uma coleta seletiva e chegar lá e misturar todo o lixo que vai para o aterro sanitário e dali fica para a natureza tomar conta. Temos uma série de questões em relação ao aterro, que envolve o controle do odor. Já temos geração de energia no aterro. Então, acreditamos que precisa de alguns ajustes no sentido de reduzir o odor.
MINUANO - Qual é sua posição sobre o uso de energia a carvão como fonte de geração de energia na cidade e quais são suas propostas para a transição energética?
DARLAN - A questão do carvão é um tema bem bem sensível. Vamos colocar assim, porque é hoje uma garantia de geração de energia térmica, com sustentabilidade. Nossa região sempre foi prejudicada na questão da indústria. Se eliminar o carvão, vamos ter sérios problemas não só no município, mas na região. Entendemos a questão da sustentabilidade, mas sabemos que o tema tem uma dimensão social muito grande. Precisamos diversificar a nossa matriz e o carvão, com a possibilidade de gaseificação, precisa é de investimento. E esse investimento pode ser público ou privado. A questão da transição energética também precisa ter uma conexão com o campo, voltada à agricultura, à produção de alimentos, à produção de grãos e às agroindústrias. Precisamos de um investimento voltado à produção agrícola do município, principalmente como uma fonte de renda que, para nós, é extremamente importante, que é a bacia leiteira. É impossível falar em transição energética sem considerar essa dimensão, da ampliação da produção primária, da força do nosso campo.
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Considerações finais
DARLAN – Projetamos uma reforma administrativa, visando a redução de secretarias. Hoje são cerca de 12 ou 14 secretarias. Não tem como o município se manter com a estrutura financeira, com o aporte de secretarias nesse sentido. Precisamos realizar um concurso público para provimento de cargos. Estimamos que são 200 cargos que estão hoje vagos. Isso vai oxigenar o sistema previdenciário, aonde existe uma dívida de milhões. Entendemos que a política de admissão de estagiários está equivocada, hoje. Estagiário não pode ser tratado uma mão de obra com baixo valor. Estagiário deve aprender, contando com o acompanhamento de um profissional. Queremos planejar o município para 20, 30 anos, e isso se faz com o quadro próprio. É com um quadro qualificado que poderemos melhorar a educação, a saúde. No campo do empreendedorismo, a gente vai trazer o banco do povo, um programa que trabalha com microcréditos, com olhar especial para o empreendedorismo das mulheres. Isso também está relacionado à transição energética. Outra proposta em que apostamos muito é o programa Chapéu de Palha, um guarda-chuva que ampara uma série de iniciativas para o setor primário, contemplando a bacia leiteira, dando assistência à agricultura. Nosso interior hoje está abandonado. E precisamos reverter isso. Nos últimos governos, as pessoas têm se queixado da situação das estradas. Vamos colocar o maquinário à disposição da Secretaria de Agropecuária. Sabemos que não coisas fáceis de fazer. E entendemos que precisamos ter pessoas, no nosso lado, que desempenhem funções estratégicas para que tenhamos um motor com todas as engrenagens funcionando. E isso passa pela realização do concurso público, sem dúvida. Vamos reestruturar a administração para tornar mais eficiente e enxugar financeiramente a máquina. Queremos dar mais agilidade aos processos, estabelecendo, também, o trabalho em conjunto entre as secretarias, o que poderá ser feitos com as pastas de Assistência Social e de Educação, com cursos de pré-vestibular, por exemplo, para jovens que se enquadram dentro do CadÚnico.