Segurança
Primeira audiência sobre feminicídio de mulher trans acontece nesta quinta-feira
Jullyane Fernandes foi morta em 29 de agosto, no bairro Tiaraju, em Bagé
por Rochele Barbosa
O feminicídio de Jullyane Fernandes, de 20 anos, ocorrido na noite de 29 de agosto, cometido pelo namorado, um adolescente de 16 anos, que está apreendido no Centro de Atendimento Sócioeducativo (CASE) de Pelotas, tem sua primeira audiência no dia 19 de setembro, segundo a promotoria de Infância e Juventude.
O inquérito foi remetido ao poder judiciário no dia 6 de setembro, e, segundo a delegada Lisandra Cabrera, atual titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), o crime havia sido registrado como homicídio, pois a vítima não possuia documentação com nome social, por ser uma mulher trans.
Lisandra destaca que o feminicídio é um dos tipos de homicídio qualificado. “Ele foi indiciado por homicídio qualificado, por feminicídio, e também por outras causas de homicídio qualificado. Mas já fizemos um processo interno para alteração no sistema para inclusão do nome social dela, aí constará feminicídio. Em termos de pena, nada muda, pois a ele fui imputado homicídio qualificado por feminicídio e outras causas qualificadoras”, explicou a delegada.
Crime
Jullyane foi morta no bairro Tiaraju e teve seu corpo esquartejado e as partes jogadas em diversos locais. Agentes da Deam receberam a informação de que o adolescente de 16 anos teria matado sua namorada na noite de 29 de agosto. Em resposta e reforçados por policiais civis da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), apreenderam o menor na casa de parentes, no bairro Ibagé.
{AD-READ-3}O adolescente teria confessado o crime e, desta forma, foram realizadas diligências no bairro Tiaraju: o corpo foi localizado em dois pontos daquele bairro. O tronco foi localizado no pátio de uma residência e os membros superiores e inferiores encontrados em uma mala, às margens da avenida General Malet.