Região

Agricultores podem bloquear novamente a BR-293, em Hulha Negra, a partir desta segunda-feira

A mobilização dos agricultores na BR-293, no trevo de Hulha Negra, pode ganhar novos contornos a partir desta segunda-feira, dia 9, com a possibilidade de mais um bloqueio da rodovia. A ação será reforçada caso as medidas prometidas pelo governo federal, que visam socorrer o setor agrícola, não sejam publicadas ou não atendam às necessidades dos produtores. O grupo, que já havia realizado ato anteriormente, inclusive bloqueado o trecho, mantém o protesto para pressionar a União a apresentar soluções concretas para a crise que afeta o setor.

Segundo Marino de Bortoli, um dos coordenadores da mobilização, apesar das promessas feitas pelo governo durante a Expointer, com previsão de publicação das medidas até a sexta-feira passada, 6 de setembro, os agricultores ainda aguardam ações concretas. “Estamos mobilizados desde junho, e até agora só recebemos promessas. Se essas medidas não forem publicadas ou não atenderem nossas necessidades, iremos reforçar a mobilização com a possibilidade de trancar a BR-293 na segunda-feira”, alertou Bortoli.

O produtor alertam para a possibilidade de um bloqueio total, caso as negociações com o governo não avancem nos próximos dias. "Essas medidas foram anunciadas dia 30/,para serem publicadas na quarta-feira, dia 04/09, depois prometida para sexta-feira dia 06/09 e, infelizmente, até agora nada", reforçou.

Entenda

Os agricultores enfrentam uma situação de calamidade após dois anos de eventos climáticos extremos, como chuvas, granizo, enchentes e secas consecutivas, que resultaram na perda de cinco safras e em um endividamento crescente. A situação se agravou a tal ponto que muitos produtores não conseguem mais manter suas atividades.

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Bortoli destacou que a última safra de verão foi praticamente perdida, assim como a safra de inverno anterior. Muitos agricultores recorreram a empréstimos com juros altos, na esperança de uma melhora na produção, o que não se concretizou. Uma medida anunciada pelo governo no dia 31 de julho, após reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Paulo Pimenta, não foi considerada suficiente para atender plenamente às demandas do setor.

As reivindicações do movimento SOS Agro RS incluem a prorrogação de dívidas por 15 anos, com dois anos de carência, crédito para reconstrução e capital de giro, além de auxílio emergencial e anistia de dívidas com taxas de juros mais baixas. A principal preocupação é a falta de intermediação governamental para financiamentos fora das linhas tradicionais.