Urcamp
Preço do cesto básico cai 2,4% no 1º semestre em Bagé, aponta pesquisa de acadêmicos da Urcamp
Produtos que mais subiram de preço entre março e junho de 2024 foram a batata inglesa, que teve aumento de 49,27%; o pão francês, que aumentou 21,50%, já o leite subiu 20,39%, enquanto a carne bovina 11,39%
por Melissa Louçan
A pesquisa do Custo do Cesto de Produtos Básicos de Consumo Popular, conduzida por acadêmicos da Urcamp, apontou que, durante os meses de março, abril, maio e junho, houve pequena variação no custo total da Cesta Básica, demonstrando uma redução 2,4 %, com relação ao período anterior. O valor se manteve quase que constante, com um total médio de R$ 839,90, o que, mesmo assim, compromete mais de 59,48% do salário-mínimo do trabalhador.
A pesquisa, conduzida durante os primeiros seis meses de 2024 por acadêmicos de Administração e Ciências Contábeis da Urcamp, orientados a partir de um projeto integrador, realiza o levantamento do custo do cesto de produtos básicos de consumo popular na cidade de Bagé ao longo de um semestre. Em todo país, o valor do cesto básico tem sido foco de análises constantes, especialmente para as famílias de baixa renda.
“O aumento dos preços dos alimentos, a crise econômica e as condições climáticas têm afetado significativamente o poder de compra dessas famílias, tornando o acesso aos alimentos básicos uma preocupação cada vez mais emergente”, relata a coordenadora do curso de Administração da Urcamp, professora Rita Luciana Saraiva Jorge.
Durante a pesquisa, foi possível notar que a oscilação de preços de alguns dos produtos foi causada pelo desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Mas também há sinais de equilíbrio: o açúcar cristal tipo 1 e a farinha, que são itens básicos da cozinha brasileira, mantiveram-se com preços estáveis entre os meses de março e maio.
Os produtos que mais subiram de preço entre março e junho de 2024 foram a batata inglesa, que teve aumento de 49,27%; o pão francês, que aumentou 21,50%, já o leite subiu 20,39%, enquanto a carne bovina 11,39%.
As principais variações decorreram de circunstâncias relevantes. O aumento dos preços em alguns produtos foi ocasionado pelas enchentes, que tiveram grande repercussão para a redução da oferta de produtos do cesto básico e, consequentemente, no valor final praticado nas gôndolas dos supermercados.
Metodologia
De acordo com a professora Rita Jorge, a metodologia do trabalho desenvolvido neste primeiro semestre está de acordo com normas científicas e, para definição de uma amostragem mais significativa, adotou-se o critério de divisão geográfica da cidade de Bagé em quatro grandes áreas. “Mensalmente foi selecionado um estabelecimento comercial em cada área definida, onde foi realizada a coleta dos dados. Identificada a amostra dos locais, eles foram distribuídos ao longo das quatro semanas do mês, respeitando sempre o dia da semana”, explica.
Assim, um estabelecimento que foi pesquisado na primeira semana do mês(t) em uma segunda-feira, foi visitado no mês seguinte, também na segunda-feira da primeira semana do mês (t+1). A importância deste procedimento é que diversos estabelecimentos fazem ofertas em determinados dias da semana. “Se os preços fossem cotados em dias distintos e emparelhados, poderia resultar em variações de valores que não apontariam, necessariamente, inflação ou deflação, mas simplesmente políticas de marketing”, avalia. A lista de produtos pesquisados é adaptada do padrão Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - que reúne 13 produtos. A aplicada em Bagé contempla 40 itens, incluindo grupo de alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica.
{AD-READ-3}Em seu relatório, o trabalho aponta que a pesquisa foi de grande importância tanto para a população quanto para os responsáveis pelo projeto integrador apresentado, pois, através dela, é possível informar a população sobre a variação dos preços do cesto básico e o percentual de comprometimento do salário mínimo do trabalhador.