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Nossa Gente

Nossa Gente: A arte de conservar tradições na Sapataria de Bagé

Cidades não são apenas conjuntos de edifícios e ruas; são organismos vivos, moldados pelo movimento incessante das pessoas que as habitam. Cada indivíduo, em sua singularidade, contribui para fazer o mundo girar. Mas quem são essas pessoas? Elas estão ao nosso redor, cruzando nossos caminhos diariamente. Muitas vezes, não sabemos de onde vêm ou para onde vão. É sobre essas pessoas que vamos falar agora. É sobre a "Nossa Gente". Cada um tem uma história única, um exemplo de vida. Pessoas que fazem história, que são parte da história, e que, além de viverem suas próprias vidas, se dedicam a preservar a nossa história coletiva. O JM tem o prazer de apresentar a série "Nossa Gente". Toda semana, nossas páginas vão contar as histórias de pessoas que, com suas rotinas e trabalhos, contribuem para a existência desse todo. Pessoas ilustres ou anônimas, que, aqui, podem compartilhar suas experiências, vivências e histórias de vida.

Em 27/08/2024 às 12:43h
Giana Cunha

por Giana Cunha

Nossa Gente: A arte de conservar tradições na Sapataria de Bagé | Nossa Gente | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

Neste primeiro relato, vamos contar a história de Magda Gonçalves Teixeira, uma mulher que, há 26 anos, ocupa um espaço que nem sempre foi destinado às mulheres. Ela assumiu uma profissão que faz parte de suas raízes.

No corre-corre apressado dos centros urbanos, os passos acelerados desgastam as solas dos sapatos, como diz o ditado. E os sapatos, por sua vez, dizem muito sobre quem somos. A profissão de sapateiro, uma das mais antigas do mundo, evoluiu ao longo de milênios. Há registros de que os primeiros sapateiros surgiram há milhares de anos.

Considerada uma das profissões mais respeitadas ao redor do mundo, era altamente valorizada por civilizações como os egípcios, romanos e gregos, que tinham artesãos dedicados exclusivamente à confecção de sapatos feitos à mão. Esses profissionais eram muito respeitados, afinal, tinham a missão de proteger os pés. Ao longo dos séculos, essa profissão manteve sua essência, mesmo diante do avanço tecnológico.

Magda é sapateira. Herdou a profissão de seu pai, Nelson Teixeira, que, antes de se tornar sapateiro, era jogador de futebol profissional. Com a chegada dos filhos, ele trocou o comando da bola pelo cuidado com os sapatos — uma curiosa ironia, afinal, sapatos protegem justamente os pés que ele antes guiava nos campos.

Entre 1964 e 1965, seu Nelson fundou a Sapataria Teixeira, que funciona desde então na Galeria Glória. Ele trabalhou até 1998, quando sua filha assumiu o comando.

Na atualidade, Magda, acompanhada por sua filha arquiteta, adaptou a profissão à modernidade. Além de realizar reparos em sapatos, bolsas e jaquetas, diversificou o negócio com produtos em couro e outros itens.

O trabalho manual faz parte do seu dia a dia, e ela confessa que adora o que faz. Com orgulho, Magda afirma que esse mundo faz parte da sua vida. Foi nesse local que ela cresceu, aprendeu um ofício e uma profissão. "Eu aprendi essa profissão para ajudar o meu pai e gosto muito. Gosto do que eu faço", atesta.

Acima de tudo, ela criou laços — laços de afeto com seu pai e com os colegas de trabalho que passaram por sua vida, como Wanderley Conde, que se aposentou recentemente aos 80 anos, após uma longa trajetória na sapataria, onde transmitiu seus conhecimentos a ela.

Embora as fábricas tenham acelerado o ritmo de produção e influenciado as mudanças nessa profissão fascinante, o trabalho artesanal ainda resiste e se adapta. Hoje, o pagamento é feito por pix, há emissão de nota fiscal e o serviço é informatizado, mas a essência permanece a mesma.

Magda faz parte do cotidiano de Bagé e, através de seu trabalho, contribui para manter viva uma parte valiosa da nossa história e cultura. Assim como ela, tantas outras pessoas estão por aí, merecendo nosso reconhecimento.

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