Urcamp
Semana Acadêmica debate aspectos ambientais, culturais, simbólicos e turísticos do patrimônio
por Redação JM
A escritora e ambientalista, Elvira Nascimento, representou o grupo Ecoarte na abertura da sessão de conversas da programação da Semana Integrada dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Civil da Urcamp. Criado nos anos 1980, o Ecoarte é um grupo de artistas que produz seu material com mensagem poética e profunda vinculação com a temática do meio ambiente. Mercinha, como é conhecida no meio cultural, destacou que o grupo desenvolve várias iniciativas ao longo de 40 anos, uma delas foi conhecer as comunidades que circundam e vivem em torno do Arroio Bagé.
O grupo mapeou a geografia do local como forma de reforçar o orgulho de pertencimento e a chama da identidade que conta a história da região. “Essa é nossa luta, é preciso recolher as vozes do lugar onde a gente está. Nós precisamos difundir as vozes, desfrutar, olhar o lugar com um olhar histórico e simbólico, neste contexto que está envolvido em vários significados”, explica. Um dos representantes mais jovens, porém, não menos atuante do grupo, é o jornalista e escritor José Francisco Botelho.“Viemos falar sobre preservação do patrimônio histórico, material e imaterial. Isso tudo mesclado à arquitetura, à literatura e às artes forma um todo, um universo que representa a cultura de uma cidade e de uma região”, aponta. A discussão do Ecoarte em torno da preservação e cidadania, ainda contou com a participação da professora Maria Luiza Pêgas, uma das gestoras dos museus da Urcamp, que destacou o trabalho de registros fotográficos realizados pelos acadêmicos num total de 7.528 fotos de patrimônio, na cidade de Bagé.
A professora e historiadora, Clarisse Ismério, falou sobre Arte e Patrimônio Cemiterial e mostrou as representações simbólicas presentes no cemitério, as interpretações que são dadas às imagens e estilos e o que as famílias interpretavam naquelas edificações. Ismério analisou os túmulos que se destacam, de personalidades icônicas de épocas distintas de Bagé e finalizou com a experiência do projeto Sarau Noturno. “O Sarau é fruto de uma pesquisa das representações simbólicas, que resultou num evento de educação patrimonial que já soma 16 anos. Essa pesquisa colhe frutos fora de Bagé, pois mostra a representação de uma comunidade através de uma rica fonte de memória e história”, explica.
Já o engenheiro civil, Rafael Hendler, falou sobre a Construção do Espaço Cultural e do monumento alusivo ao monstro da Panela do Candal, um projeto de monumento criado pelos acadêmicos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil da Urcamp que está pronto para ser inaugurado. O final ficou por conta da arquiteta Simone Neutzling, que destacou as “Vivências e práticas do arquiteto no patrimônio cultural” e Planos cromáticos e prospecção, que contou com a colaboração da arquiteta de Pelotas, Vanessa Martins, além da participação do município, através do tema "Turismo no Centro Histórico, pela Secretaria de Turismo e Conselho de Turismo, representados por Anacarla Oliveira.
A acadêmica de arquitetura, Andréa Vieira Montardo, do 6º semestre de Arquitetura e Urbanismo, destacou o conhecimento que a semana traz para a formação do estudante e futuro profissional “Poder ouvir essas histórias, conhecer esses depoimentos, além da parte técnica, nos acrescenta muito, está sendo maravilhoso”, finaliza.
Programação do dia 22:
19h - Inventário arquitetônico da cidade de Bagé - Palestra Prof. Dra. Magali Collares e Arq.Esp. Maria de Fatima Barbosa
19h30min - Percepção e Sustentabilidade do Centro Histórico - Participação Arq. Sérgio Magalhães
20h15min - Intervalo
{AD-READ-3}20h30min - Prototipagem - Palestra e oficina. Prof. Dr. Cristiano Ferreira (UNIPAMPA)
21h15 - Patrimônio ferroviário, edificado, industrial, ambiental e os conflitos /Pesquisas sobre Bagé - Participação Prof.Dra. Célia Gonsales (UFPEL).