Urcamp
Semana Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil abre com palestrante internacional
Pesquisador uruguaio Eduardo Montemuiño abordou a questão do “Patrimônio Funerário"
por Redação JM
Dialogar sobre o patrimônio em diferentes faces, com visões distintas e com objetivo de propor soluções foi a proposta que iniciou, na noite desta segunda-feira, 19, a Semana Acadêmica Integrada dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil da Urcamp. O encontro reservou uma participação de reconhecimento internacional no setor com a palestra do arquiteto e pesquisador uruguaio, Eduardo Montemuiño, que abordou a questão do “Patrimônio Funerário – O passado é nosso presente, compartilhando experiências em território”.
Montemuiño é coordenador nacional Grupo de investigación y difusión en Diseño Arquitectura y Patrimonio Cultural / Uruguay e integra a Red Uruguaya de Cemitérios y Sitios Patrimoniais, que pesquisa, estuda e documenta rituais, celebrações e atividades que envolvam o patrimônio funerário. O arquiteto destacou o trabalho desenvolvido em seu país para manter viva a cultura em torno dos cemitérios. “Temos rituais, crenças, costumes, religiões e esperanças, geografia, gastronomia, encontros onde as pessoas podem ir beber com um ente querido que partiu” exemplifica. São atividades que, além da importância histórica, desenvolvem uma cultura de celebração cultural, que também serve como aceitação, conforto para quem perde alguém”, aponta. “Esses rituais são importantes porque nos constrói enquanto sociedade e civilização. Nossas culturas vão interpretar alguns conceitos que unem a vida com a morte e aí entendemos que é libertador, porque a vida continua”, finaliza.
Além de arquiteto e pesquisador, Eduardo Montemuiño é conferencista, com inúmeras participações em congressos sobre patrimônio funerário, religioso e turismo cultural. Atualmente, é gestor cultural do Cemitério Britânico de Montevidéu, capital uruguaia.
Cuidados com o patrimônio
A segunda palestra foi transmitida de forma on-line e contou com a colaboração da arquiteta, urbanista e pesquisadora, professora doutora Adriane Borba, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Seu tema foi “Geometria Gráfica do Patrimônio”, quando citou técnicas e exercícios de formulação de lógicas de organização para a apreensão de estratégias direcionadas a projetos que envolvem patrimônio.
Outra intervenção importante foi da arquiteta e urbanista, secretária de Turismo e Cultura de Garibaldi, Ana Pauline Mombach, que apontou ações adotadas no seu município para manter a preservação do Centro Histórico da cidade. O exemplo de cuidar, tratar, restaurar sem distorcer a originalidade dos prédios serve de modelo para outros projetos de preservação patrimonial.
A coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Fernanda Barasuol, destacou a pluralidade das abordagens em torno do tema central. “Esta semana é integrada com a Engenharia Civil e faz parte da Semana do Patrimônio do município de Bagé. Nossas palestras têm temas relacionados ao patrimônio histórico, cultural e arquitetônico com a participação de especialistas e professores de outras universidades. Isso vai levar aos alunos um grande aprendizado”, explica.
O secretário municipal de Cultura de Bagé, Tiago Cesarino, destacou a importância de envolver a sociedade na construção de ideias voltadas para a preservação. “A Urcamp cumpre muito bem este papel de abraçar desafios porque qualquer formação de ser humano é desafiadora, e a gente aqui está trabalhando com patrimônio que é ainda mais desafiador. Estamos falando da produção de memória, produção de memória afetiva e cultural. Debater preservação num lugar histórico de Bagé que é a Urcamp é muito significativo”, destaca.
{AD-READ-3}O encerramento da primeira noite ficou por conta do engenheiro civil, formado pela primeira turma de Engenharia da Urcamp, Jerônimo Bazerque. Especialista em Patologia das Construções e Avaliação em Perícias de Engenharia, enalteceu a necessidade de conservar as estruturas que apontam um passado e uma memória. “Vim para falar das análises necessárias para os problemas construtivos nas edificações históricas. Estou demonstrando como identificá-los e de que forma acontece o processo de recuperação para manter as boas condições da identidade dessas construções”, relata.
Convidado para fazer a abertura do evento, o reitor da Urcamp, professor doutor Guilherme Cassão Marques Bragança, aprova a discussão. “Nos traz muita satisfação trazer este tema numa semana acadêmica, o patrimônio material e o imaterial, que é o aprendizado que estamos tendo aqui durante cada apresentação, reforça o compromisso que temos com a cultura, a memória pública e a nossa forte identidade comunitária”, conclui.