MENU

Identifique-se!

Se já é assinante informe seus dados de acesso abaixo para usufruir de seu plano de assinatura. Utilize o link "Lembrar Senha" caso tenha esquecido sua senha de acesso. Lembrar sua senha
Área do Assinante | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

Ainda não assina o
Minuano On-line?

Diversos planos que se encaixam nas suas necessidades e possibilidades.
Clique abaixo, conheça nossos planos e aproveite as vantagens de ler o Minuano em qualquer lugar que você esteja, na cidade, no campo, na praia ou no exterior.
CONHEÇA OS PLANOS

Opinião

Os crimes da ditadura

por José Carlos Teixeira Giorgis

Em 03/08/2024 às 07:00h

por Redação JM

A proclamação da República não fez cessar os conflitos institucionais e pessoais. Exemplo disto, no Rio Grande, foi a Revolução de 1893. Enganam-se muitos em pensar que o Pacto de 23 de agosto de 1895 tenha pacificado federalistas e republicanos. Ao contrário, as escaramuças continuaram, assim como as perseguições políticas com prisões arbitrárias, empastelamento de jornais, saques de propriedades, incêndios de residências, espancamentos, assassinatos, estupros, torturas e numerosas degolas, segundo lista do escritor Gunter Axt.

De um lado os governistas de Júlio de Castilhos, apoiados pela Constituição Estadual de 1891 e legislação correlata; de outro os federalistas de Silveira Martins, com o espírito liberal de seu partido, as regras do Partido Federalista, o parlamentarismo e forte oposição à tirania do “dragão” castilhista. O que se prolongaria mesmo nas eleições nacionais de 1910, quando Bagé, São Gabriel e Soledade foram as únicas cidades em que Rui Barbosa vitoriou-se perante Hermes da Fonseca.

Tal era o clima. Os jornais “O Maragato” e “Canabarro” eram publicados em Rivera e solicitavam a quem soubesse dos crimes do castilhismo que os denunciasse aos periódicos. Esse elenco de arbitrariedades foi reunido em livro-denúncia, “Os crimes da ditadura”, de exemplares raros.

Todavia o Projeto Memória do Ministério Público do RS conseguiu resgatar pedaços espalhados da obra, inteirando-a sob a coordenação percuciente do historiador Corálio Cabeda, e onde são retratados os ilícitos penais, muitos deles acontecidos em Bagé, Lavras, Cacimbinhas, Dom Pedrito e localidades outras próximas das fronteiras com o Uruguai e Argentina, para onde fugiam os federalistas.

Segundo Axt, a violência atingiu todas as classes, estancieiros, comerciantes, altos dignitários, peões, colonos imigrantes (aqui um bom número de italianos entre as vítimas), estrangeiros, mulheres e crianças), um verdadeiro “banho de sangue”. E na obra evidencia-se a prática da degola como forma de vingança, fato que acontecia, muitas vezes, depois que a pessoa já estava morta, como humilhação, ficando os cadáveres insepultos. Para os seguidores de Castilhos vigorava o refrão “Não se prende um republicano por matar um maragato”. Dois dos mais cruéis adeptos disso, Bernardino Mota e Leonel Rocha, estiveram homiziados em Bagé, sob a proteção do governo de José Octávio Gonçalves.

O primeiro, mais tarde já sob o desprezo do “Dragão”, acabou fugindo para o Uruguai. Algumas instituições, como a Brigada Militar, a Maçonaria e o Exército, serviram de refúgio e abrandamento destes atos. Euclides Moura também editou trabalho similar, “O vandalismo no Rio Grande do Sul (Pelotas, 1892)”. A seguir algumas das tristes notícias publicadas.

(3.11.1892) – “Infamíssimo assalto à casa residência do Coronel José Facundo da Silva Tavares, em Porto Alegre, de madrugada, sendo os assaltantes comandados pelo Alferes Marçal e estando à frente do movimento o Comandante da Brigada Militar. São mortos à bala dois filhos de Facundo, um de 29 anos (José) e outro de 21(Facundo). A esposa e uma filha milagrosamente escapam de ser assassinadas, e o Coronel Facundo, de bombacha de chita, chinelos e camiseta, é arrastado até a cadeia. Os bárbaros fatos deram-se a poucos passos da residência do General Pego Júnior, primeira autoridade militar do Estado (Notas: Facundo era irmão de Joca Tavares/ Era Comandante da Brigada o Major Joaquim Pantaleão Telles. / O General Antônio José Maria Pego Júnior era Comandante do 6º Distrito Militar e respondeu à Corte Marcial por haver abandonado Curitiba às forças de Gumercindo Saraiva).”

(22.04.1890) - “Chegam a Bagé, após maus-tratos que sofreram pelo caminho, os primeiros cidadãos recrutados no interior.”

{AD-READ-3}

(13.05.1890) – “ Deposição do Francisco da Silva Tavares, que havia substituído Frota no dia 5 do mesmo mês (Nota: Francisco era irmão de Joca Tavares. Substituiu o militar Anacleto Falcão de Frota no governo do RS, de que renunciou pouco dias após, por incompatibilizar-se com Castilhos).”

(Cont.)

Leia também em Opinião
PLANTÃO 24 HORAS

(53) 9931-9914

jornal@minuano.urcamp.edu.br
SETOR COMERCIAL

(53) 3242.7693

jornal@minuano.urcamp.edu.br
CENTRAL DO ASSINANTE

(53) 3241.6377

jornal@minuano.urcamp.edu.br