Urcamp
Acadêmicos recebem orientações sobre importância da linguagem e da fala para o desenvolvimento infantil
Tema mobilizou acolhida dos cursos de Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional
por Redação JM
Entender a complexidade da linguagem, a relação da fala com a estrutura biológica e as condições para compreender a influência da fala nas fases de crescimento foi o desafio assumido pela palestrante da noite de quinta-feira, dia 1º, no evento de acolhida dos cursos de Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Urcamp. Quem desenvolveu o tema foi a fonoaudióloga Andressa Alves, cuja jornada de especializações, inclusive com cursos na Universidade de São Paulo (USP) indica um vasto conhecimento em áreas como fala, linguagem e comunicação, audiologia, distúrbios de linguagem e audição ou, ainda, reabilitação auditiva.
Por mais natural que pareça, falar é uma atividade muito difícil e complexa, defende a palestrante. “O processo da fala envolve pelo menos 10 músculos, muitas vias transmissoras cerebrais e um enorme planejamento motor, cuja habilidade só se alcança mediante muito treinamento”, pondera Andressa, destacando a importância de identificar possíveis alterações. A profissional destacou as principais características das fases da fala desde a infância e uma série de informações capazes de apontar as consequências que um processo de linguagem mal orientado pode trazer para o desenvolvimento de crianças e jovens.
“Todas estas questões devem ser pensadas tendo a família muito próxima. A terapia não acaba no consultório. Tem que preservar o contato com a família. Outra questão básica é que estabelecer as conexões entre o funcionamento fisiológico e as dimensões da linguagem não é simples. Isso fica mais evidente quando a gente identifica crianças com algum tipo de transtorno”, recomenda a fonoaudióloga, completando, “hoje as crianças somam um tempo de tela (celular) muito grande, a gente percebe que é preciso socializar mais e a linguagem é a ponta deste iceberg que indica que algo pode estar fora do lugar. Questões mais sutis que interferem na linguagem são atenção, identificar se a criança sabe imitar, se as crianças têm intenção comunicativa. Esses são sinais que podem indicar algum tipo de dificuldade que vai de problemas de audição até elementos de um transtorno mais complexo”, destaca.
A maior motivação para Aline Souza Gomes matricular-se no curso de Fonoaudiologia foi seu filho de 1,4 ano, que recebeu diagnóstico de Síndrome de Down. “Eu logo senti a preocupação, como mãe, sobre a fala, então eu quero muito que ele fale”, explica a acadêmica que já tem graduações em Pedagogia e Educação Física. Ao elogiar o caráter abrangente e participativo da palestra Aline definiu o trabalho como algo de muito comprometimento, pois trata-se de vidas. “Uma das mensagens mais fortes que a palestrante deixou foi que o profissional, tanto da Fonoaudiologia quanto das outras áreas são interdisciplinares, é um coletivo. Para que o resultado seja completo é preciso que todas as áreas trabalha em em conjunto e com a família”, conclui.
O encontro foi desenvolvido de maneira presencial, mas foi transmitido para acadêmicos dos dois cursos também das cidades de Alegrete, Dom Pedrito, Santana do Livramento e São Gabriel, mediante aplicativo de videoconferência. A coordenadora de Fonoaudiologia, Tamyris Ramos, diz que os temas escolhidos para os encontros de toda a semana visavam familiarizar os alunos com os sistemas utilizados pela Urcamp na aplicação de suas atividades virtualizadas. “Mas também apontamos profissionais e áreas de discussão com ligação direta e atualizada aos desafios das profissões dos fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Por isso, acredito que os encontros tiveram tanta participação”, avalia.