Saúde
Pesquisa avalia reabilitação de pacientes com Osteoartrite do joelho
Estudo é desenvolvido no Núcleo de Práticas da Saúde da Urcamp, em projeto de doutorado do professor Maurício Tatsch Ximenes Carvalho
por Giana Cunha
O primeiro estudo clínico voltado para o tratamento fisioterapêutico de pessoas com Osteoartrite (artrose) do joelho, na cidade de Bagé, está em andamento no Núcleo de Práticas em Saúde da Urcamp. O projeto é parte do doutorado do professor Maurício Tatsch Ximenes Carvalho, que ministra aulas no curso de Fisioterapia e cursa seu doutorado na Universidade Federal de Pelotas, sob orientação da professora doutora Cristine Lima Alberton.
O trabalho busca investigar se um programa supervisionado de exercícios remotos (via videochamada) é tão eficaz quanto um programa de exercícios presenciais (na clínica de fisioterapia), para pacientes com patologia de osteoartrite do joelho. Para isso, estão sendo selecionadas pessoas acima de 45 anos, com acesso à internet, marcha independente (sem necessidade de muleta), e diagnóstico clínico e radiográfico da condição. As pessoas interessadas no estudo são encaminhadas para uma triagem presencial e, em seguida, aqueles que atendem aos critérios passam por uma avaliação detalhada.
A primeira etapa da avaliação consiste em uma consulta por videochamada, para analisar as características da dor, a presença de sintomas articulares, o bem-estar psicológico e a qualidade do sono. A avaliação também é realizada no setor de Radiologia, através de Ultrassonografia, para verificação da condição muscular. Além disso, testes funcionais são realizados no Núcleo de Práticas em Saúde da Urcamp, tudo com o auxílio de acadêmicos do curso de Fisioterapia da Urcamp.
A acadêmica Fernanda Silveira da Sena foi uma das selecionadas para participar do estudo e já pensa em seguir a carreira como pesquisadora. “Desde que iniciei, já comecei nos testes funcionais. Fui me entrosando e hoje eu faço, inclusive, a intervenção, que é estar integrada ao tratamento e reabilitação do paciente”, explica.
Os participantes são reavaliados após seis semanas de tratamento e, novamente, ao final de 12 semanas. Após o término do tratamento supervisionado, eles são incentivados a continuar o programa de exercícios através de um material digital, sendo reavaliados após 18 semanas. “Essas pessoas recebem o tratamento de forma remota, com supervisão através de videochamadas ou recebem o tratamento aqui na clínica do HU (Hospital Universitário da Urcamp). Os alunos se envolvem muito neste trabalho, pois o atendimento prestado à comunidade neste projeto, tanto no remoto ou presencial, é conduzido por estudantes de Fisioterapia, assim como as etapas de avaliação e reavaliação. Isso acrescenta muito na formação”, revela o professor.
A análise
O estudo clínico visa ampliar o acesso das pessoas à Fisioterapia, oferecendo uma alternativa ao tratamento presencial. A técnica em Enfermagem Ana Delpino, já cansada pelas constantes dores no joelho, aderiu ao tratamento depois de ver pelas redes sociais o recrutamento para a pesquisa. Ela conta que o processo de cura já chega a 98%. “Fui super acolhida e o tratamento remoto é muito bom. Tu consegues agendar o horário que fica melhor, juntamente do acompanhamento com o fisioterapeuta. E eu aprendi os exercícios, que me fizeram movimentar melhor os meus joelhos. Já posso fazer minha caminhada e hoje sinto muito mais firmeza”, revela.
{AD-READ-3}É o mesmo caso da aposentada Céles Helena da Silva Ramir. Ela foi ao HU fazer uma revisão e diz que teve as dores estancadas depois de concluir o tratamento. “Foi muito proveitoso. Quando comecei eu tinha dores, principalmente para levantar, agora levanto, agacho tranquilamente, então, estou muito satisfeita. Valeu a pena ter participado dessa pesquisa, fiquei muito agradecida pela oportunidade”, avalia.
Pessoas interessadas em participar do estudo podem entrar em contato com o Núcleo de Práticas em Saúde do Hospital Universitário, pelo telefone (53) 3242-7433 ou pelo número (55) 99678-2793 para agendar a triagem.