Cidade
Professores irão ao México apresentar trabalho sobre representatividade cultural da mulher negra
Pesquisa será apresentada entre os dias 28 de outubro e 1° de novembro, na cidade de Morélia
por Gabriel Torma Aquere
A professora, pesquisadora e doutora em história da Urcamp, Clarisse Ismério, junto com o administrador e doutor em Educação da Unipampa, Rafael Sais, tiveram o seu trabalho “Mãe Luciana: representatividade da mulher negra no patrimônio cultural cemiterial” aprovado pelo Comitê Científico do XXV Encontro Iberoamericano de Valorização e Gestão de Cemitérios Patrimoniais. O evento acontecerá entre os dias 28 de outubro e 1° de novembro, na cidade de Morélia, México.
Segundo Clarisse, os Cemitérios Patrimoniais, como lugares de memória, possuem características que permitem conhecer os rituais, crenças religiosas, ideias políticas, mobilidade migratória, a genealogia, estéticas artísticas e expectativa de vida da população. Além de permitir conhecer as pessoas que, embora tenham sido de grande importância na história, foram inviabilizadas ao longo da história. Um exemplo disso é o caso de Luciana Lealdina de Araújo, mais conhecida como Mãe Luciana, que dedicou sua vida ao acolhimento de crianças em situação de vulnerabilidade social.
“Foi, por um tempo, uma beata milagreira, da comunidade, mas com o tempo esse atributo foi deixado de lado. Porém, diante de sua importância, como mulher preta atuante, sua história foi incorporada ao roteiro do Sarau Noturno em 2020. Em face do que foi apresentado, buscamos reconstituir a história da Mãe Luciana, visando criar um roteiro histórico etnico-cultural, no Cemitério da Santa Casa de Caridade de Bagé e na região, voltado para atender escolas municipais e estaduais reacendendo a memória de mulheres negras em uma região marcada pelas características patriarcais e machistas", complementa Clarisse.