Cidade
Memorial do Grupo de Bagé e Acervo da Pinacoteca Norma Vasconcelos devem ser declarados patrimônios do município
Projeto de tombamento já foi encaminhado para as autoridades municipais, diz diretora da Casa de Cultura Pedro Wayne
por Giana Cunha
A Casa de Cultura Pedro Wayne recebeu um novo atrativo na noite de segunda-feira, 1º de julho. Convidados e autoridades participaram da inauguração do memorial em homenagem ao Grupo de Bagé, instalado no cofre do prédio que, anteriormente, sediou o Banco do Comércio.
São 12 obras, de Glauco Rodrigues, Carlos Scliar, Glênio Bianchetti e Danúbio Gonçalves, que passam a integrar permanentemente o local. O novo espaço destaca a importância histórica dos artistas que marcaram uma época de grande efervescência cultural, nas décadas de 1940 e 1950.
Através de suas obras, eles projetaram Bagé para o mundo. Lúcia Gomes, diretora da Casa de Cultura e idealizadora do projeto junto do acadêmico de Arquitetura da Urcamp, Luiz Miguel Saes, enfatiza a importância de destacar estes trabalhos e valorizar o nome deste grupo, que nas artes, segundo ela, pode ser comparado aos grandes artistas brasileiros que surgiram na semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922, como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. O grupo, para ela, simbolizou a busca pela renovação das artes e liberdade criativa, com ruptura de conceitos e democratização da arte brasileira.
O secretário Municipal de Cultura, Tiago Cesarino, reforça a importância de trazer para perto da população essas obras tão importantes. "Uma forma de manter viva a memória e a história de Bagé através da arte, próxima de todos", define.
O público que for até a Casa de Cultura, além de ver essas obras, vai poder conhecer um pouco mais da história dos artistas. Segundo Saes, responsável pela contextualização da vida e obras deles, ‘o memorial tem que contar uma história, ter uma justificativa e um significado maior, o fundamento formativo mesmo, com a biografia dos quatro, a informação sobre o trabalho deles e referenciais’. E o projeto do Memorial, que tem a colaboração do curso de Arquitetura da Urcamp, foi elaborado para garantir um ambiente adequado para a conservação e exposição das obras. Entre as atrações, acontecem paralelamente exibições dos filmes Glauco do Brasil e Grupo de Bagé, ambos do cineasta bajeense Zeca Brito.
Durante a celebração, foi lançado, também, o catálogo da Pinacoteca Norma Vasconcelos, que funciona no segundo andar da Casa de Cultura Pedro Wayne. Noventa e nove obras de mais de 70 artistas fazem parte do livro, que conta também com a biografia de cada um deles. Ciro Saraçol é um destes artistas, que faz parte do acervo histórico do município. Para ele, ‘é de extrema importância eternizar o trabalho produzido e dar oportunidade para os novos artistas que estão surgindo’.
A diretora da Casa ainda destacou que a ideia é realizar o tombamento, tanto das obras da Pinacoteca como do Memorial, para que façam parte do patrimônio histórico e artístico do município. Para que se tornem protegidos e permanentemente parte do acervo artístico de Bagé.