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Memórias & Afetos

Rádio Zenith

Em 27/06/2024 às 07:30h

por Redação JM

Rádio Zenith | Memórias & Afetos | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Acervo Museu Dom Diogo de Souza

"O rádio desempenhou um papel fundamental na sociedade do século XX. O rádio era a principal fonte de noticias na época. Ele permitia que as pessoas soubessem dos acontecimentos locais, nacionais e internacionais. Os governos e líderes usavam o rádio para se comunicar diretamente com o público, aconteciam também shows de comédia, drama, novelas. Introduzindo muitas pessoas à novos gêneros musicais, moldando a cultura musical de várias gerações.

Enfim, o rádio promovia a educação e cultura, pois oferecia lições de história,
ciência, literatura, tradições culturais, folclore, música regional. Em um país grande como o nosso, ajudava a criar um senso de unidade nacional.

Em Bagé, fornecia informações importantes sobre a comunidade, ajudando as pessoas a se sentirem mais conectadas umas às outras. Na campanha gaúcha, “os avisos” desempenhavam um papel crucial na vida cotidiana das comunidades rurais: pois informavam de bailes, rodeios e feiras. Convocações para reuniões de cooperativas agrícolas, sindicatos e associações comunitárias. Atualizações sobre acontecimentos locais, previsão de tempo, comunicava sobre os preços dos produtos agrícolas e pecuários. Avisos sobre campanhas de vacinação, calendário escolar, missas e cultos.

Os avisos pessoais chamavam atenção pois haviam recados para familiares e amigos, anúncios de nascimento, casamentos e falecimentos. Avisos sobre pessoas desaparecidas ou animais perdidos e gado extraviado.

Minha mãe me contava dos tempos idos onde a fazenda era como uma mini cidadezinha onde todos lá moravam, ferreiro, marceneiro, famílias de trabalhadores, mas com o passar dos tempos, muita coisa se modificou.

Na minha lembrança, este rádio ficava na varanda com lareira e cadeiras na casa de meu avô na campanha. Tudo na casa se movimentava para aquele momento da rádio, era a hora que ligavam os motores, o aéreo, a coisa toda, para o rádio funcionar, pois apesar de tudo ele era a bateria.

O rádio lá fora era o caminho da notícia, uma conexão com a realidade de tudo. Lembro dele escutando os recados e a notícias diariamente, como se fosse um ritual, todos tínhamos que ficar no mais absoluto silêncio. Me vem à memória a imagem de meu avô bem ao lado do rádio, com a mão em conchinha. Era um momento solene.

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Minha mãe ficou com este rádio como lembrança da presença de meu avô, cumprindo sua função de “adorno” da memória na sala de nossa casa durante toda sua vida. Minha mãe tinha um carinho muito grande por este rádio."

Texto: Flávia Olivella Oliveira

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