Segurança
Problemas elétricos geram alerta no Presídio Regional de Bagé
por Rochele Barbosa
Na quinta-feira, dia 20, por volta das 6h, uma policial penal percebeu fumaça em uma das cinco guaritas do Presídio Regional de Bagé. De acordo com a servidora, que fazia ronda na área externa, o fogo encobriu a guarita e as faíscas seguiram em direção a ela, que não teve ferimentos. “Foi grave porque estava chovendo muito forte com poças de água e o corrimão de ferro servia de condutor de eletricidade”, explicou. As chamas se espalharam, provocando curtos-circuitos na fiação baixa.
A policial penal, Junielen Gomes, conversou com o Minuano e contou que o problema estrutural existe desde antes da rebelião ocorrida em 2016, o que se agravou com o fato. “A reforma feita posteriormente, mas acreditamos que os materiais utilizados não foram os devidos para o local. O risco é iminente, tanto para os apenados, quanto para nós, servidores. Fico preocupada com massa carcerária”, ponderou.
Pelo relato dos diretores do Sindicato da Polícia Penal (SINDPPEN), que visitaram o local, houve um curto-circuito nos cabos elétricos que correm por dentro da mureta na passarela, gerando faíscas e as chamas saíam das caixas de passagem, possivelmente acarretando na energização do corrimão da rede. Segundo o Sindppen, um processo administrativo foi aberto para execução de reforma elétrica nas guaritas do Presídio de Bagé, que tramita há cerca de cinco anos. “A morosidade da gestão do Estado com a situação do sistema penal tem se demonstrado trágica, que pode gerar catástrofe. A sociedade gaúcha não pode ficar a mercê da incapacidade de resolução de problemas, nem os servidores e nem o efetivo carcerário, que estão expostos a riscos tão graves”, disse o presidente Cláudio Dessbesell", que completou: “Estamos exercendo uma atividade ilegal nestes espaços que estão sucateados e sem atenção da Susepe. Os trabalhadores estão com sua integridade física ameaçada”.
Denúncia
Desde o ano 2022, servidores penitenciários têm exercido suas funções em guaritas por determinação do governo do Estado do Rio Grande do Sul, mesmo não havendo a legalidade do ato de substituição da BM por agentes penitenciários. O processo de alteração iniciou pela Cadeia Pública de Porto Alegre e alcançou dezenas de outras unidades prisionais. Segundo o SINDPPEN, entidade que representa 7,5 mil servidores penitenciários, as guaritas não apresentam as mínimas condições de trabalho e segurança.
O que diz a Polícia Penal?
Em nota, a Polícia Penal informa que, por meio da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo, dispõe de uma equipe técnica, que monitora e acompanha as intervenções necessárias nas estruturas das unidades prisionais do Estado regularmente. Há um processo administrativo que versa sobre a reforma da rede elétrica da unidade prisional. Uma empresa foi contratada para produção do projeto, que está em andamento.
"Com relação ao fato citado no Presídio Regional de Bagé, após a identificação de problema junto aos fios na mureta externa da unidade, foi realizado o isolamento elétrico, garantindo a iluminação da rede externa. A questão foi prontamente solucionada, na tarde de terça-feira, dia 25, e foram reestabelecidos os postos das guaritas", frisou comunicado emitido ao JM.