JM: 30 ANOS
José Higino Gonçalves: uma vida pautada pelo amor ao esporte bajeense
por Yuri Cougo Dias
A trajetória de José Higino Gonçalves, aos 79 anos de idade, é uma narrativa de paixão pelo jornalismo e pelo esporte de Bagé. E com essa dedicação, deixou sua marca nos 30 anos de Jornal Minuano, completados neste mês de abril. São marcas que contribuem com os registros do presente, principalmente no que diz respeito à dupla Ba-Gua. No entanto, sempre preocupado em valorizar o passado para um melhor entendimento do que se deve construir para o futuro. Entendendo a relevância de José Higino Gonçalves que o Jornal Minuano dedica este espaço como forma de homenagem (ainda que singela diante de seu merecimento) ao um dos “guardiões” da memória do esporte bajeense.
O pontapé inicial
Antes de chegar ao momento vivido no Jornal Minuano, uma vasta trajetória foi feita no passado. O pontapé inicial foi dado em 1958, quando José Higino assumiu como plantonista esportivo na Rádio Difusora. Logo, seu trabalho ficou conhecido entre os amantes do esporte, contando as histórias do times locais. José Higino permaneceu na rádio até 1969, tendo, posteriormente, dado suas contribuições para a Rádio Clube, onde trabalhou até 1973.
O vínculo com a imprensa escrita se entrelaçou no Correio do Sul, onde José Higino Gonçalves teceu suas palavras de 1963 até 2002. Em como toda empresa, ainda mais quando se trata de veículos de comunicação, o jornalista viveu várias fases, desde a época do chumbo até a chegada dos computadores. José Higino foi um misto de testemunha ocular e ator social das transformações vividas dentro do Jornalismo. Nos acontecimentos do esporte, momentos de glória e de tristeza da dupla Ba-Gua, típico do que acontece no futebol.
Independente das circunstâncias, José Higino crê na imprensa e nos jornais como instituições fundamentais na sociedade e que, independente dos tempos, deverão existir. Por isso, em sua proposta de falar sobre Jornal Minuano, considera importante mencionar outros veículos que, de uma forma ou de outra, também tiveram sua colaboração para a mídia bajeense estar no estágio atual. Nesse sentido, cita a importância do Classe Sul, Jornal de Fato, Página Sete, além do Jornal Folha do Sul, onde José Higino também deixou sua contribuição por vários anos.
JM e as memórias do futebol
De 2003 a 2011, o Jornal Minuano foi o lar profissional de José Higino Gonçalves. Sua contribuição para o jornal foi notável, principalmente no setor esportivo. Ele foi responsável pelo caderno de esportes, uma seção que se tornou indispensável para os leitores das edições de segunda-feira, com suas quatro páginas dedicadas ao esporte local.
Uma das colunas mais apreciadas era "Histórias do Futebol Bajeense", que ocupava a página quatro do caderno de esportes. Com mais de 300 edições, essa coluna se tornou uma fonte valiosa de memórias e registros históricos do futebol de Bagé, desde seus primórdios em 1910 até o período contemporâneo. Todas as edições estão preservadas no Arquivo Público Municipal Tarcísio Taborda, testemunhando a dedicação de José Higino à preservação da história esportiva da cidade.
Além de seu trabalho no jornal, José Higino sempre reconheceu a importância da imprensa escrita para a comunidade bajeense. Para ele, o jornalismo impresso é uma instituição praticamente eterna, uma testemunha viva da história e da cultura local.
{AD-READ-3}Ao se despedir do Jornal Minuano em junho de 2011, José Higino expressou sua gratidão pela oportunidade de ter contribuído. Questionado sobre o legado do JM e da imprensa para as gerações futuras, a mensagem do jornalista é clara: “preservem a história, cultivem a paixão pelo jornalismo e pelo esporte, e mantenham viva a chama da informação e da cultura em Bagé”.
José Higino Gonçalves é muito mais do que um jornalista esportivo; ele é um guardião da história e da identidade de Bagé, cujo legado perdurará por muitas gerações. Sua vida é um testemunho do poder do compromisso, da paixão e da dedicação, e sua influência continuará a inspirar e guiar aqueles que seguem seus passos.