JM: 30 ANOS
Orlando Brasil recorda transformações experimentadas pelo Minuano
por Redação JM
Atuando como editor do Jornal Minuano em duas oportunidades, Orlando Carlos Brasil, atualmente com 71 anos, comandou processos que representam marcos históricos para o periódico. Editando a publicação em contextos distintos, o jornalista coordenou uma mudança na circulação e a criação de cadernos que marcaram época, diversificando conteúdo.
Na primeira experiência à frente do Minuano, Brasil coordenou a edição semanal do jornal. Deixou o posto em um período de transição e, quando o controle da publicação foi transferido para a Fundação Attila Taborda (FAT), retornou, recebendo do então reitor da Urcamp, Morvan Meirelles Ferrugem, a missão de ampliar a circulação do periódico.
O objetivo, conforme recorda, ‘era tornar o jornal diário’. “E em questão de três ou quatro meses, conseguimos cumprir com aquela meta de transformação de periodicidade. Ampliando a frequência de circulação, introduzimos os primeiros cadernos, que tratavam de temas específicos. E o primeiro foi o Ellas, voltado ao público feminino”, detalha.
A Cecom, parque gráfico então mantido pela Urcamp, também enfrentou mudanças para viabilizar o objetivo. “Foi preciso comprar uma impressora específica, para rodar o Minuano”, explica Orlando, ao destacar a vantagem de contar com uma gráfica no contexto de ampliação do número de exemplares rodados semanalmente.
A mudança de gestão do Minuano ocorreu em 1996, no contexto de criação do Curso de Comunicação Social da Urcamp, que também foi coordenado por Brasil. “Morvan comprou o Minuano com a finalidade de ser um jornal laboratório”, destaca o jornalista, que, atuando como professor, contribuiu para a formação de grande parte da equipe que hoje atua no jornal.
Duas coberturas marcaram a segunda passagem de Orlando pela edição do Minuano, em um período que compreendeu oito anos: o incêndio do edifício Avenida, em março de 1997, e a prisão de Volme Lemos Silva (Brito), líder de esquema de agiotagem que ficou famoso em Bagé, ocorrida no mesmo ano.
Recolhidas ao acervo do Museu Dom Diogo de Souza, mantido pela FAT, as fotografias produzidas durante a cobertura jornalística do incêndio do edifício Avenida revelam aspectos sobre o sinistro, representando, também, importantes documentos da história da imprensa. “Não havia fotografia digital. Fizemos um acordo com a Lírio. Eles imprimiam as nossas fotos fora do horário comercial e eu levava para o jornal, para seleção e publicação”, revela.
{AD-READ-3}No campo das mudanças editoriais, Orlando menciona a criação da coluna Fogo Cruzado, com foco na cobertura política. “Um dos principais legados da equipe que atuou naquele período é a cobertura política, que não tinha naquele formato. Nenhum jornal tinha uma cobertura política assim, ouvindo todos os partidos”, enfatiza.
Na avaliação do ex-editor, o ‘Minuano modificou o conceito de jornalismo em Bagé’. “Até então só existia o Correio do Sul, que era um jornal muito político. O Minuano não veio para fazer política, mas para ouvir todas as vozes. E é por isso que sempre abriu tanto espaço para opiniões diversas. O Minuano, sua criação, representou uma mudança na ótica jornalística bajeense”, define.