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Memórias & Afetos

Antiga máquina manual de cortar cabelos

Item utilizado no salão Madureira (1874-1941)

Em 22/02/2024 às 07:33h

por Redação JM

Antiga máquina manual de cortar cabelos | Memórias & Afetos | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Acervo Museu Dom Diogo de Souza

"O Salão Madureira foi fundado em 1874 por meu bisavô, Manuel Pinto Madureira. O mesmo ficava localizado sito à Rua Monsenhor Costábile Hipólito (nome atual), onde hoje existe o prédio Salim Kalil, em frente à Praça do Coreto, quase ao lado do prédio mais alto da cidade (na época). Neste local, ele permaneceu por quase três décadas, posteriormente mudou-se para Rua General Sampaio, nº 63, ao lado do atual Banco do Brasil.

Em junho de 1916, com o falecimento do fundador Manuel, três de seus filhos (Cândido, Antônio Carlos e Mariano) assumem o comando do SALÃO (barbearia), pois já tinham alguma experiência e afinidade com o legado do Pai. Com o passar de poucos anos, Cândido e Antônio Carlos (Bola) desistem da sociedade e da profissão e, assume o total comando, meu avô Mariano Madureira.

Nessa mesma época, Mariano perde sua filha primogênita Iolanda, aos 7 anos de idade, com doença de Crupe. Sua esposa Falaídes, em consequência deste fato, e por não aceitar a perda de sua filha, entra em uma profunda depressão e acaba vir a falecer alguns meses após.

Em final do ano de 1924, Mariano, agora viúvo e com mais duas filhas, Zuleika (4 anos) e Elcy (2 anos), fecha o Salão por tempo indeterminado, para se reestruturar emocionalmente após esses dois falecimentos, de sua filha e esposa.

Ele retoma as atividades no Salão Madureira alguns meses após, e, em poucos anos, ele conhece Honorina Lêdo Madureira (Nena). Se casam em maio de 1928 e a mesma assume a casa e as filhas de Mariano, que sempre tiveram até o final da vida, tamanho reconhecimento de Mãe por Nena.

Desse segundo matrimônio, com Honorina (Nena), nascem dois filhos: Heleodora (Dorinha, em 1929) e Francisco (Chico, em 1930). Em 1941, com apenas 46 anos de idade, Mariano adquire a doença de Parkinson, tendo que fechar o Salão após 22 anos de dedicação a essa profissão.

Em consequência desta doença, Mariano ficou por 14 anos acamado, em sua residência na Rua Rodrigues Lima, 151/E, tendo cuidados especiais de familiares e sem total mobilidade física, até seu óbito em 14/08/1953.

Neste ano de 2023, completaram-se 70 anos do falecimento de Mariano Fontoura Madureira e, nossa família, resolveu fazer algumas doações de fotos, utensílios e demais objetos que pertenceram ao Salão Madureira, para o Museu Dom Diogo de Souza, que têm a importante tarefa de preservar a história e cultura de Bagé. Por isso, sentimos e necessidade de contribuir para uma causa que acreditamos e respeitamos".

 

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Relato de Eduardo Madureira Castro e Dalva Madureira Arejano (netos de Mariano).

 

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