Memórias & Afetos
Epopéia Farroupilha
Entrada no Museu Dom Diogo de Souza - 1986 | Epopéia Farroupilha luxuosamente bordada com pedrarias, pertenceu ao carnavalesco Evandro de Castro Lima | Doação: D. A.
por Redação JM
O carnaval originou-se de festivais pagãos da Antiguidade. Estes festejos “expulsavam” o inverno e celebravam o início da primavera, em homenagem às divindades na expectativa de boas colheitas. Durante a Idade Média, a igreja Católica incorporou elementos dessas festividades em celebrações pré-quaresma. A festa foi se desenvolvendo e, no século XIII, começaram a surgir os bailes de máscara, principalmente na Itália. Eram as primeiras fantasias de carnaval totalmente restritas a nobreza. As máscaras e fantasias se popularizaram e fizeram parte das festas de toda a Europa, com os personagens Pierrô e Colombina em destaque (comédia dell’ arte italiana).
No Brasil
O carnaval foi comemorado desde a chegada dos portugueses, mas o entrudo no século 19 acabou ficando conhecido como a celebração feita no Brasil: era uma espécie de brincadeira praticada pelos escravos. Saiam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha, laranjinhas de cera com águas de cheiro que nem sempre eram cheirosas, o que acabou sendo proibido pelas autoridades. Também Zé Pereira, com sua brincadeira de caminhar, com bumbos e tambores, considerado o carnaval do pobre, tornou-se popular. Mais tarde, os cordões, os ranchos, os blocos carnavalescos, as escolas de samba...
A Epopéia Farroupilha, uma fantasia usada em 1976, categoria luxo masculino pelo carnavalesco Evandro de Castro Lima, importante carnavalesco brasileiro, conhecido como o rei das fantasias de luxo. Ficou famoso ao disputar inúmeros concursos de fantasia, vencendo a disputa no Teatro municipal do Rio de janeiro por 21 vezes, era concorrente de Clóvis Bornay.
Em Bagé, a Epopéia Farroupilha participa dos disputados concursos de fantasia e festas de carnaval em final dos anos 70 e década de 80, no Ginásio Militão, deixando lembranças do som contagiante, do brilho dos trajes carnavalescos e a energia vibrante da interação, junto ao fascínio pela criatividade e extravagância daquele momento. Memórias de alegria e encanto associados ao carnaval em Bagé.