Opinião
Verdade seja dita
Omar Guilhano | Secretário Municipal de Educação e Formação Profissional
por Redação JM
Por que há pessoas que não tem interesse em estudar, aprender e em conhecer? Dante (1265-1321) dá uma resposta fulminante: na alma, quando a malícia prevalece, pois ela faz com que pessoas sigam de “deleites viciosos” e tudo menosprezam. Hoje, setecentos anos depois de Dante, vejo aqueles que eleitos pelo povo com a missão de atuar para o povo, tem como principal companhia a malícia nos olhos e coração.
Quando ingressei profissionalmente no universo da Educação, pelos anos de 2003, jurei em ato solene cumprir com minhas atribuições pautadas pela verdade. A dignidade do trabalho bem feito me trouxe até à Secretaria de Educação de Bagé. Lendo atentamente a coluna da vereadora Caren Castencio, surpreendo-me com os questionamentos e com a afirmação que fere incondicionalmente seus pares professores, quando diz que o trabalho diário de recomposição da aprendizagem e ações estimuladoras da não violência é blefar com coisa séria.
Temos aproximadamente 950 professores distribuídos nas 61 escolas da rede municipal. Um investimento de mais de R$ 1 milhão em materiais pedagógicos e com a Editora Aprender foi feito para capacitar os professores e reparar a aprendizagem dos alunos neste tempo de pós-pandemia. A aquisição de novos veículos para a frota de escolas é uma realidade, a "kombi", do seu tempo de gestão Smed, agora faz parte da história das oficinas mecânicas da cidade. A merenda escolar destaca produtos que nunca fizeram parte da mesa dos refeitórios. As 24 EMEI’s passaram por importantes melhorias e reformas e, em breve, uma nova escola de educação infantil estará sendo entregue. As 3 escolas Cívico-Militares sendo lugar de importante formação para os alunos.
Em Bagé, atualmente, estamos vivendo um tempo de restauração, o desgoverno do gestor anterior, os recursos mal aplicados e as ações voltadas para “tudo pode”, nos conduziu ao caos da violência e da ausência de valores cristãos e humanos. Se hoje enfrentamos a insegurança, não só nas escolas, mas na nossa sociedade, dá-se ao tempo em que a preocupação foi somente em prover as necessidades aparentes.
As escolas, através dos seus profissionais, em especial as orientadoras escolares e comunidade, estão realizando ações em prol da não-violência. Somente nesta semana, registramos mais de 40 ações promovidas pelos professores, pais, comunidades, como caminhadas e visitas às residências, num clamor pela paz. Estamos afinados com os órgãos de segurança, atentos e atuantes ao caos que necessita de ações imediatas quando se tratar de segurança máxima. A humanização nas escolas, atrelada a uma política pública voltada para o bem estar dos nossos alunos, não exclui as estruturas de segurança que estão sendo administradas. Quando a vereadora Carem se reporta ao ANTES na questão de segurança, também volto ao ANTES, quando de sua gestão. Antes não foram previstas construções de cercamento com material de duvidosa qualidade de projetos ineficazes? Antes as escolas foram construídas pensando na segurança dos alunos e lá estavam equipadas com alarmes, campainhas e câmeras num conjunto harmonioso? O tempo de antes, hoje lhe falha a memória? Fica essa reflexão. Como presidente da Comissão de Educação Cultura, Direitos Humanos e Segurança da Câmara de Vereadores, espera-se que suas manifestações sejam assertivas e promovam ações de colaboração, e não factoides polêmicos e ineficazes.
O tempo é de unir forças.