Editorial
Memorial para um amigo
por Redação JM
O Curso de História da Urcamp está em luto pela partida prematura de seu egresso Matheus Martinez Feijó. E, nesse momento de tristeza, três colegas historiadores deixam aqui registradas suas homenagem para o grande amigo:
“Na madrugada do dia 19 de junho do ano de 2022, recebi uma mensagem, mensagem essa que deixou-me muito abalado e impressionado. Era sobre o falecimento do meu ex-colega de aula, colega de profissão e amigo, Matheus Martinez Feijó. Como isso, um cara sempre alegre de bem com a vida, um colega excepcional.
Aquela pessoa, que em uma terça-feira à noite, quando ninguém mais quer estar dentro de uma sala de aula, está feliz, alegre empolgado, sempre debatendo assuntos polêmicos e um excelente colega. Como também nas aulas de ética e direitos humanos, em plena sexta-feira estava rindo e brincando e ouso em dizer, que tornou a minha passagem pela faculdade mais leve e tranquila.
E do nada, ele se foi, nos deixando memórias, saudade, aprendizados, noites de farra, e aquele sentimento de incredulidade. Em nossas memórias, em nossos corações sempre estará vivo meu amigo, um grande abraço de Felipe Lucas Fagundes”
“Confesso que tenho dificuldade para escrever a respeito do Matheus, pelo fato de ser no passado, logo eu, historiadora, que trabalho muito com este tempo irônico.
Meu amigo, a vida não nos deve nada, mas é impossível não cobrarmos dela nesses momentos, especialmente, por quê?
Não tenho pretensão em obter respostas, foge do meu entendimento. Faço uso desse espaço para prestar homenagem a tua memória. Gostaria de relatar um dos momentos mais marcantes para mim na nossa caminhada. O dia da apresentação do teu trabalho de conclusão. Que dia, Matheus! A emoção de presenciar tua conquista e ter a oportunidade de fazer parte dela. Lembro da felicidade da tua avó. Tive o privilégio de conhecer a relação de vocês. O amor que tinhas por ela e ela por ti. Que o amor dê forças a tua família e aos teus amigos. Tua partida prematura nos possibilita muita reflexão, mas também nos mostra o quanto foste querido por aqueles que estiveram ao teu redor. Obrigada!” Luíza Cozzani.
“Era verão, não lembro especificamente nem o dia nem o mês, talvez fevereiro ou março, porém preciosismo agora, quando um cometa cruzou pela minha vida. Naquele momento, final de tarde, entrou na sala uma figura única: cabelos longos e ondulados, barba volumosa, de colete jeans e camiseta do Motorhead.
Era filho e isto lhe bastava. Nas rodas de conversa se contentava. Sem pretensão de nos ensinar acaba nos ensinando. Não era a liberdade, mas era reflexo do que ela provocava. Era seguro na sua insegurança. Foi dessas pessoas únicas que a luz tocou. Uma loucura bendita.
Como todo ser humano era falho. E tudo bem ser assim, não pretendia ser nada mais do que ele mesmo. O registro de que pessoas podem ser imortais. De que risadas são imortais também. Que rostos em retratos não vão mais envelhecer. Que discordâncias podem ser mantidas sem que se perca a amizade. Talvez o verão pudesse ter sido mais longo, jovem gafanhoto. Mas a viagem no verão foi tão prazerosa, que era hora de voltar ao colo da mãe no inverno. É meu amigo... A vida nos dá, nos nega e nos tira.” Lasie Winkel.
É... é isso que nos consola.
Adeus Feijó.