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Candiota e Hulha Negra - 30 anos

Trigolândia: herança germânica renovada

Em 24/03/2022 às 15:04h
Melissa Louçan

por Melissa Louçan

Trigolândia: herança germânica renovada | Candiota e Hulha Negra - 30 anos | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Yuri Cougo Dias

Conceitos integrados ao contexto da colonização alemã, no movimento que deu origem à Trigolândia, sobrevivem ao tempo emprestando significados a novos cenários no município de Hulha Negra. Passados 30 anos do processo de emancipação, o fenômeno cultural pode ser verificado no campo da gramática, ligando a obra de um pioneiro a um empreendimento de hotelaria que inova com foco voltado para o turismo.

Evocando paz, a palavra Friedenau, originalmente escolhida por Franz Krenzinger para representar a colônia, retornou à localidade batizando a pousada administrada por Norberto Barres e Denise Hartwig.

A nomeação da pousada traz uma história curiosa. O casal herdou o imóvel das tias de Denise. Ao realizar uma limpeza em um dos galpões da propriedade, encontraram um comprido quadro, pintado por Krenzinger, em 1935, celebrando os 10 anos da chegada dos imigrantes à região. A pintura retratava cenas típicas do dia a dia dos colonos, emoldurando a frase “10 Jahre Friedenau” ou “10 anos de Friedenau”.

Encantado pela obra, Barres procurou e descobriu o que significava: “Canto de paz, de sossego. Além de ter sido o primeiro nome da colônia, também era justamente o que a gente buscava com a pousada: oferecer um espaço de tranquilidade para nossos hóspedes”, conta.

O casarão que abriga a pousada há quatro anos - com mais de oito décadas de história, tendo sediado o segundo armazém da colônia - estava sem uso quando Barres e Denise decidiram investir em um novo empreendimento para gerar renda. Mas a iniciativa não partiu imediatamente da família.

Denise conta que, à época, o casal atuava com o único mercado da Colônia Nova. Um dos fornecedores do comércio, de fora da cidade, chamou atenção para a falta de locais de hospedagem na área e pediu ajuda aos dois. “A gente estava com a casa sem uso, então começamos por aí. Mas depois fomos fazendo algumas melhorias para acomodar mais gente, com mais conforto, e hoje temos sete quartos”, relata ela.

Mas com a percepção de uma demanda crescente, o casal decidiu investir em uma nova unidade da pousada, quase ao lado da primeira. Com estrutura moderna e iluminada, o novo espaço oferece seis quartos, que ainda não foram abertos ao público.

Em fase de finalização da obra, Barres já realizou o cadastro da pousada no Ministério do Turismo - até o momento, é a única empresa do segmento de Hulha Negra disponível no Cadastur. Vale lembrar que esse cadastro permite o acesso do município - e do próprio empreendimento - a políticas públicas de fomento ao turismo.

Barres e Denise projetam que a segunda unidade da pousada seja utilizada, principalmente para atender a demanda do turismo rural e enoturismo. Inclusive, o farto cardápio de refeições deve contar com algumas iguarias da culinária alemã, preparadas pela própria Denise. Ela explica que na primeira pousada, como o foco é atender empresas e trabalhadores itinerantes, em busca de hospedagem e refeições simples, o cardápio foi mantido mais caseiro. Mas a nova unidade, com maior apelo turístico, deve disponibilizar receitas germânicas para os hóspedes.

Com previsão inicial de inauguração em abril de 2021, a obra atrasou. Em fase de finalização, Barres planejava abrir as portas junto ao aniversário do município - expectativa novamente frustrada. “Mas está tudo bem. Vamos fazer tudo com calma, sem afobação, para sair do jeito que queremos, com muito conforto para nossos hóspedes”, projeta.

O pioneiro Franz Krenzinger 

Nascido em Munique, na Alemanha, em 1897, Franz Krenzinger - que em terras brasileiras foi batizado como Francisco - lutou na 1ª Guerra Mundial, de onde foi afastado após um ferimento na mão, que ocasionou sua internação em um hospital nos arredores de uma Faculdade de Agronomia.

Aproveitando a proximidade, matriculou-se na instituição, onde conheceu dois colegas com intenção de emigrar para a América do Sul. Pouco depois, o trio embarcou rumo ao Brasil, onde um tio de Krenzinger já residia - na época, em Pelotas.

Naquela cidade, o pioneiro casou-se com Flora Beskow, em 1923. Krenzinger residiu no mesmo município que o tio, até 1925, atuando com plantio de eucalipto. Depois partiu para Bagé, onde foi um dos primeiros a estabelecer morada junto ao Rio Negro, na colônia nomeada, em um primeiro momento, como Friedenau. Inclusive, este também foi o nome escolhido por Krenzinger para o armazém que montou, após anos de atividade agrícola, e que servia como ponto de encontro dos colonos.

Na Colônia Friedenau, também chamada Colônia Rio Negro, o trigo foi o principal produto cultivado até a década de 1960, quando outras culturas - como soja e sorgo - foram inseridas. A grande produtividade do trigo, inclusive, motivou a outra nomeação do distrito, Trigolândia, como é conhecido ainda hoje.

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