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Candiota e Hulha Negra - 30 anos

Emancipação garantiu autonomia de Hulha Negra

Em 24/03/2022 às 09:40h

por Redação JM

Emancipação garantiu autonomia de Hulha Negra | Candiota e Hulha Negra - 30 anos | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Yuri Cougo Dias

Lixo recolhido de carroça, iluminação precária, pontes de madeira, esgoto correndo a céu aberto e ruas sem pavimentação. A Hulha Negra das memórias de Neuza Malaguez Garcia, 70 anos, não guarda semelhanças com a cidade que completa 30 anos de emancipação em março de 2022. “Os serviços avançaram muito. A Prefeitura está sempre ajeitando, sempre melhorando as condições. Independente de prefeito, tudo foi sempre avançando no município”, avalia a servidora pública aposentada.

Dona Neuza, como é conhecida, integrou o primeiro quadro de servidores de Hulha Negra, atuando como servente de merendeira em uma estrutura que representa bem as transformações experimentadas pelo município em três décadas. “A Prefeitura foi inicialmente instalada na escola Monteiro Lobato, onde trabalhei por 15 anos. Quando entramos no prédio, me perguntei se seria possível aguentar a situação que encontramos. Tinha muito entulho e as portas estavam calçadas com madeira. Quem olha a escola hoje, com tudo bem arrumadinho, não imagina como foi um período de muita dificuldade”, resume.

A caminhada na direção da reorganização da Escola Municipal de Ensino Fundamental Monteiro Lobato, até o estabelecimento de um Polo UAB, estrutura acadêmica de apoio pedagógico, tecnológico e administrativo para as atividades de ensino e aprendizagem de cursos superiores em programas de educação a distância, iniciou pelas urnas. Realizada no dia 10 de novembro de 1991, a consulta plebiscitária totalizou 1.817 votos a favor da emancipação, 298 contrários, 33 nulos e 14 brancos.

O vice-presidente da comissão de emancipação, Lourenço Macke, 83 anos, destaca a atuação do presidente, capitão Hugo Canto, e de integrantes ligados às lideranças do primeiro movimento emancipacionista, frustrado na década de 1960, em comissão liderada por Francisco Kloppenburg, que tinha seu irmão, o padre José Macke Filho, como presidente. “Na primeira tentativa, Bagé nos impediu na Justiça. Em 1991, quem se posicionava contra o nosso movimento, dizia que Hulha Negra seria administrativamente inviável. Pela extensão, Bagé podia ser considerada uma região do Rio Grande do Sul e não conseguia atender com eficiência os distritos. Hoje vemos que a emancipação valeu a pena e que era, sim, muito viável”, comemora.

Macke explica que famílias estabelecidas no então distrito bajeense migraram após a primeira tentativa de emancipação, impedida por um mandado de segurança impetrado pela Prefeitura de Bagé. Passadas quase três décadas, a segunda mobilização, de acordo com o vice-presidente da comissão, seria motivada pelas mesmas demandas, associadas à falta de infraestrutura viária, à precariedade de serviços na área da saúde e da educação. “É muito importante dizer que a presença do frigorifico Pampeano, com sua receita e seus trabalhadores, foi decisiva para a emancipação”, avalia.

O chefe de gabinete Elias Scoto Ritta, 58 anos, recorda da atuação, ao lado do capitão Hugo Canto, na campanha pelo ‘sim’ no plebiscito, das conversas com familiares e de outros agentes envolvidos de maneira direta ou indireta na emancipação. “Hulha Negra era um vilarejo abandonado de Bagé. Meu avô (Gil Scoto) participou da primeira tentativa e estava entre aquelas pessoas que não perderam a esperança. Na década de 90, o clima político era favorável. Sempre digo que também devemos ao deputado Marcelo Mincarone, presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, e ao deputado Achiles Braghirolli, que apresentou parecer favorável à emancipação”, menciona.

Estimulados por um conjunto de normais estaduais que entraram em vigor em 1990, plebiscitos foram realizados em dezenas de municípios gaúchos, no ano seguinte, resultando em 94 emancipações. Inicialmente, o governador Alceu Collares vetou as propostas. Elias recorda que a Assembleia Legislativa deliberou pela reversão dos vetos, mas, antes, integrantes do colegiado que trabalhava o tema visitariam as localidades. “Foi neste contexto que Marcelo Mincarone visitou Hulha Negra, para conhecer a nossa realidade”, relembra.

Elias explica que Collares teria papel importante, após a instalação do município, para viabilizar uma das obras estratégicas, que integram o cronograma do primeiro prefeito, eleito em 1992, Marco Antônio Ballejo do Canto, filho do capitão Hugo: a ponte que viabiliza o acesso à sede do município pela BR 293. Antes da construção, a travessia era feita por uma estrutura de madeira. “Quando o nível do Rio Negro subia, a ponte antiga desaparecia nas águas”, rememora.

Provisoriamente organizada na escola Monteiro Lobato, a gestão de Marco Antônio, iniciada em 1993, com a instalação do município, comprou os imóveis que abrigariam o Executivo e o Legislativo de Hulha Negra, implantando os primeiros projetos de infraestrutura. Em 1994, um movimento iniciado na localidade de Jaguarão Grande resultou no seu desmembramento, e no desmembramento das localidades de Passo do Tigre, Passo do Salto e Marmeleiro. O processo foi concluído em maio de 1996, com a anexação ao município de Candiota.

Quem transita por Hulha Negra, em 2022, pode muito bem mensurar seu desenvolvimento pela malha pavimentada, verificando obras em curso em diferentes pontos. Mas também é possível atestar o crescimento da cidade através dos Censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Basta atentar para o fato de que o município tinha 1.991 domicílios registrados em 2000, alcançando a marca de 2.428 em 2010. No mesmo período, a população residente passou de 5.349 para 6.043. No ano passado, de acordo com nova projeção do IBGE, Hulha Negra já era o endereço de 6.894 pessoas.

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