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BA-GUA | 100 ANOS

"Alguns Ba-Guas da minha vida", por Juca Giorgis

Em 31/07/2021 às 19:14h
Yuri Cougo Dias

por Yuri Cougo Dias

Juca Giorgis resgastou grandes histórias do clássico - Foto: ArquivoJM

“Desde criança assisti Ba-Gua. Meu pai era alvirrubro, já fora até dirigente. E nos levava ao futebol, especialmente no Estrela D’Alva. Já contei uma vez. A gente morava na Rua Bento Gonçalves e, depois do almoço dominical, a pé, descia a João Telles até passar o Moinho Bajeense. Antes de dobrar havia uma viela que se costeava, margeando as águas da Panela do Candal. E que desembocava perto do estádio. Depois de atravessar a entrada se ia para o velho pavilhão de madeira, de onde se ouvia as batidas das chuteiras no chão, na hora que os atletas, lá no vestiário, faziam um aquecimento primitivo. E sob aplausos, atravessavam a cancela e ingressavam no duro gramado. Vitórias e derrotas. Brigas homéricas. Gols inesquecíveis. Quando o Guarany perdia, perto das cinco horas, se tinha esperança de virar o placar na hora que o trem apitava, quando percorria os trilhos atrás das arquibancadas do adversário. Assisti Ba-Guás até em Porto Alegre. Lembro um, na Pedra Moura, em que o Rui Garrastazu, com sua famosa canhota fuzilou o Darcy: 1x0. Depois houve um desfile, e na frente, como porta-bandeira, ia uma vara com a chuteira (botina), embarrada ainda, com que o Rui marcara. Tudo parava para os discursos na frente da sede, que ficava na rua Gal. Neto, ao lado da Pensão Villar.

Outro, aconteceu em outubro de 1949. O Bagé vinha ganhando tudo, estava invicto. Com medo de mais um fracasso, a diretoria do Guarany (Dr. Darcy Azambuja, seu Toneca e Martim Rossel) resolveram contratar o craque Nelson Adams, que estava em litígio com o Grêmio. Fizeram com ele um contrato milionário para a época, se o Guarany ganhasse ele ficaria para o resto da temporada. Com ele veio mais o Beresi, também atleta de fama. Para a partida, a Federação mandou um juiz inglês, Mister Barrick, para atuação que fosse isenta. Num dia de chumbo, o estádio cheio, o Guarany deu um passeio no Bagé, a torcida estava empolgada, dois a zero na primeira etapa. Nelson Adas gastava a bola. Quando se aproximava o fim da etapa, o Nelson pisa na redonda e, pasmem, senta nela. Na época não havia maior ofensa no futebol. O juiz adverte. Explode a torcida alvirrubra. Irritam-se os abelhas. Lembre-se que não havia os alambrados. Mas uns muros baixos, na frente de que ficavam os que compravam as cadeiras. À beira do campo. Ao alcance do grito e de um braço. Segundo tempo. Muda-se o panorama. Os jogadores do Bagé parecem cartagineses. Lutam ferozmente. Marcam um gol. E outro. A partida está empatada, até que o pequeno Velho faz o gol da vitória do Bagé, e antes que o esférico atravesse a linha do gol, ele também senta na bola! Termina o jogo, do pavilhão alvirrubros cadeiras são atiradas. De um lado e outro, como combatentes na batalha do Seival, partem de lá os jaldenegros que tinham cadeiras e daqui as feras alvirrubras. Foi uma batalha campal. Até tiros dos brigadianos. Narrei, pois, um jogo em que perdi. Agora, um que ganhei.

Aconteceu em outubro de 1969. Bagé tinha estado em festa com a posse do presidente Médici. Muita euforia na cidade. Disputava-se a zona Sul para o Ascenso. O Guarany vinha de duas vitórias sobre o Rio-Grandense, de Santa Maria e o Rio Grande. Estava classificado para outra fase. O Bagé não, estava até com problemas, sem treinador, um triunvirato assumia e como técnicos, Liader Previtali, Ione Medeiros e Jacob Sued, todos meus saudosos e leais amigos. Estádio da Estrela D’Alva cheio.

Logo nas primeiras escaramuças, Walter lança Galeno que dribla Ismael e Danúbio, servindo Selmar que desvia de Plínio: um a zero. O Bagé domina. Toninho e Ilton já comandam a meia-cancha. Numa escapada, de surpresa, o Saulzinho arremata e vence Ferreira. Os índios festejam, mas murcham quando o juiz, sem razão, anula o gol. Impedimento de Abílio, que ninguém viu.

Logo Amarante lança Toninho que tenta superar Ferreira, que leva o pé até o rosto do ponteiro. Pênalti e gol de Zé Roberto. Pouco depois, falta à beira da área jalde-negra. Ferreira espalma o chute de Abílio, mas Saulzinho estava atento. Dois a um. Fim do primeiro tempo. Em ritmo de valsa, aos poucos, o Guarany vem tocando, tocando, até que Amarante conclui: três a um. O Bagé tenta fechar-se com Táti no lugar de Picão. Outro gol de Toninho e logo um de Abílio. No finzinho, Wilmar joga contra o patrimônio: seis a um. Um dos escores históricos nos Ba-Gua. No fim do ano o Guarany subiria para a Divisão de Honra do Futebol Gaúcho, eis que Campeão no Ascenso que lhe cabia.

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* Presidente do Conselho (algumas vezes), Diretor de Futebol (1974), Presidente (1968, 1969, 1972 com Alceu Malafaia, 1976, 1977, 1982 – triunvirato com Roberto Dini Duarte e Álvaro Oscar Tavares-, mas sempre torcedor).

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