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BA-GUA | 100 ANOS

Paixão transmitida por gerações: Família Alcalde e o legado da presidência

Em 31/07/2021 às 11:15h
Yuri Cougo Dias

por Yuri Cougo Dias

Paixão transmitida por gerações: Família Alcalde e o legado da presidência | BA-GUA | 100 ANOS | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Rafael seguiu passos do tio ao ter sido presidente do Bagé - Foto: Yuri Cougo Dias

Pode-se afirmar que a família Alcalde testemunhou todas as fases da história centenária do Bagé. A começar com Turíbio Alcalde, que jogava no Rio Branco e participou da fundação jalde-negra, em 1920. Esse legado foi transmitido para o filho Luís Carlos Alcalde, que se tornou o presidente com mais mandatos na história do Bagé – ao todo, foram 19. E, recentemente, a responsabilidade passou para o sobrinho, Rafael Alcalde, que esteve na presidência entre 2017 e 2020.

Ao descrever a paixão pelo Bagé, Luís Carlos afirma que é algo inexplicável, por se tratar de uma “paixão que vem da alma”. Por influência do pai, um dos fundadores, se criou no ambiente do Pedra Moura. Em 1949, jogou no juvenil e, entre 1951 e 1952, fez algumas partidas pelo profissional. Depois, foi embora da cidade para estudar Odontologia.

Passados 15 anos, mais especificamente em 1967, Luís Carlos voltou para cidade e encontra o Bagé num estado que lhe causou desconforto. “Fui pagar uma mensalidade e vi a desorganização que estava o Bagé. Fui assumindo junto de outros diretores. Sempre colaborando, foram 19 mandatos a frente. Hoje, estou um pouco afastado. Tenho seis filhos, são Bagé doentes e ajudam como podem, no papel de torcedor. Por sorte, tive um sobrinho que se apaixonou pela causa. Inclusive, peço para que o torcedor jalde-negro que colabora não desista. O Bagé vive com um pouco de muitos, e não com muito de poucos. Colabore com a disponibilidade que tiver. O clube é nosso, da comunidade jalde-negra”, finaliza.

Os passos foram seguidos por Rafael Alcalde, que já nasceu nesse ambiente. “Meu tio sempre saía mais cedo. Depois ia com meu pai em direção ao Pedra Moura. No período que morei em Bagé (até 1990), conto nos dedos os jogos que não compareci. Depois, me mudei para Porto Alegre e sempre segui acompanhando, vibrando muito com o acesso ao Gauchão. Jogos na capital tentava ir a todos. Depois, no início deste século a carga de trabalho era muito forte e não consegui acompanhar tanto. Quis o destino que eu voltasse a trabalhar em Bagé, desde 2011, com a vinda a cada 15 dias para realização de exames. A frequência foi aumentando até me mudar definitivamente em 2016. Em 2013, dezembro se não me engano, participei da 1ª assembleia. A pauta era o licenciamento do clube. O tio me levou (já era conselheiro há anos, mas nunca efetivamente tinha participado dos destinos do clube). Venceu o não licenciamento e de pronto me coloquei à disposição do clube, querendo ajudar mais efetivamente. O tio me protegeu e não me deixava envolver muito. Sabia da árdua tarefa, aprendida ao longo de 19 anos na presidência”, observa.

Em 2015, Rafael trabalhou mais efetivamente, encabeçando de vice do então presidente Carlos Alberto Ducos. Nisso, surgiram várias ideias, como a quadra sintética, otimização do bar temático, loja do clube, entre outros atrativos de lazer. Em 2017, Rafael chegou à presidência, cargo que exerceu até o final de 2020. Nesse período, subiu para a Divisão de Acesso e fez boas campanhas nas temporadas seguintes. “Racionalmente, ninguém seria presidente de um clube de futebol do interior. Mas a vida não é racional e sim vivemos de emoções. E da vida se leva momentos. E os momentos de alegria, apesar de serem muito inferiores aos de ‘pepinos’ para resolver, com certeza compensam esse sacrifício. Por isso, seguimos fortemente ajudando e participando efetivamente do Bagé em 2021, rumo ao Gauchão 2022”, conclui.

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