BA-GUA | 100 ANOS
A influência “charrua” na dupla Ba-Gua
por Yuri Cougo Dias
Conhecido pelo estilo pegado, por vezes sendo associado à uma batalha, Bagé e Guarany carregam em seus DNAs o legado da formação do povo rio-grandense, Estado que desbravou em guerras e conflitos. Notadamente, supõe-se que este seria um dos fatores que influenciam com que o Ba-Gua fosse cultuado dessa forma. E, pela localização geográfica, a dupla teve grande influência dos uruguaios, principalmente nas conquistas dos títulos estaduais.
Começando pelo Guarany, que até hoje preserva a marca de único clube do interior bicampeão gaúcho. O primeiro título estadual veio em 1920, após um triangular com Grêmio e Uruguaiana. O alvirrubro venceu seus dois jogos por 1 a 0, com gols marcados pelo atacante uruguaio Grecco. Além dele, outros três atletas do país vizinho integravam o time: Granja, Ruival e Seixas. Inclusive, na época, conforme o livro “100 vezes Gauchão”, de Gustavo Manhago e Cléber Grabauska, a Liga Pelotense protestou contra o Guarany, em razão da utilização de “estrangeiros”; entretanto, o pedido não foi atendido.
O bicampeonato gaúcho veio em 1938, derrotando, na final, o Riograndense de Rio Grande. Para isso, foram necessários quatro jogos entre os times. No último, realizado em Pelotas, o alvirrubro venceu por 2 a 1, com gol decisivo marcado pelo uruguaio Salvador Rubilar, aos três minutos da prorrogação. Na época, o Guarany buscou o meia direto do Penharol.
Quanto ao Bagé, o título gaúcho veio em 1925, com apenas cinco anos de fundação. O time ficou conhecido como os “Os imortais”, por terem ganhado todas as partidas da temporada. Na decisão, bateu o Grêmio, dos lendários Eurico Lara e Luiz Carvalho, por 2 a 1. E quem foi o protagonista? Mais uma vez, um uruguaio: o atacante Oliveira, autor dos dois gols da final. Outros dois uruguaios também jogaram: o meia Catulino Moreira e o atacante Pasqualito.