Editorial
Uma disputa incomum e a defesa da democracia
por Felipe Valduga
2020 não está sendo igual a nenhum outro ano. Pelo menos no que se refere à história recente. A pandemia, claro, é o principal motivador de uma série de costumes cada vez mais distintos dos habituais, pelo menos até pouco antes de março. Os cuidados, as adaptações de rotinas e emoções, às vezes, a flor da pele, nos modificaram.
A eleição realizada neste domingo, como bem era esperado, foi diferente. Incomum, melhor dizendo. A rotina do dia de votação, bastante modificada, alterou tradições que muitos seguiam a cada dois anos. Foi preciso alterar o horário, a forma de deslocamento e, claro, o modo de interagir com os demais que dividiam espaços em áreas públicas e junto às seções. Tudo, claro, por um bem maior: garantir a saúde de todos e, desse modo, evitar que uma nova onda dessa longa pandemia se apresente logo ali em diante. Os resultados, contudo, só saberemos num futuro breve. A esperança é que nada demais surja e superemos a Covid-19.
Por outro lado, a aceitação para que uma mudança ocorresse tem um motivo: a democracia. Sim, aquela palavra tão defendida em décadas passadas e, claro, também nos dias atuais, vem sendo garantida em função das eleições. Concordando com o processo, ou mesmo sendo contrário, é fundamental reconhecer que garantir a periódica ida às urnas serve de atestado para demonstrar que é o povo quem decide quem assume o comando de cada uma das cidades, como agora, ou mesmo quando envolve os executivos estaduais e federal. E foi assim que, mais uma vez, ocorreu.
A busca para que o processo eleitoral fosse realizado, mesmo diante de um momento totalmente adverso em termos de saúde pública, foi garantido e, claro, atendendo todas as exigências preconizadas pelos órgãos de saúde internacionais. A eleição ocorreu, prefeitos foram eleitos, muitos reeleitos, e alguns caminham para um segundo turno. Câmaras foram renovadas, algumas com mais e outras com menos ênfase, mas se alterarão a partir de 2021. E, desse modo, a democracia progride para um novo amanhã.
Diante disto, essencial esperarmos que a exemplo da felicidade dos vencedores, sejam os frutos colhidos a partir desses novos rumos. Até porque, para todos, o mais importante é que os eleitos sejam exemplares e exitosos em seus mandatos. Assim, todos ganham. Inclusive a democracia.