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Eleições 2020

“Faremos uma gestão discutindo tudo com a própria sociedade”, garante Beto Alagia

Em 12/11/2020 às 00:01h

por Redação JM

“Faremos uma gestão discutindo tudo com a própria sociedade”, garante Beto Alagia | Eleições 2020 | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Candidato do Podemos defende fomento à industrialização como caminho para desenvolvimento econômico / Foto: Tiago Rolim de Moura

O candidato do Podemos, ao Executivo bajeense, Beto Alagia, defende um modelo de gestão que coloca o cidadão no foco do interesse do poder público. O postulante apresenta propostas na última entrevista da série organizada pelo Jornal Minuano.
Alagia, 66 anos, é empresário. O candidato disputa o pleito municipal pela primeira vez. A candidata a vice-prefeita do Podemos, Gisele Cassol Machado, 39 anos, também é empresária e disputa a eleição pela primeira vez.

 

MINUANO – Por que decidiu disputar a eleição municipal em 2020?
BETO - O que nos trouxe para a política foi, basicamente, a indignação com o cenário atual, de corrupção, como demonstrou a operação Lava Jato, em nível nacional, e de aumento de impostos, como os alvarás de localização, em Bagé, para citar apenas dois exemplos. Me coloquei à disposição porque entendo que, a partir do momento em que a sociedade tem a consciência da importância da sua participação no processo político, alguém tem que assumir a responsabilidade de defender as ideias e os interesses dessa sociedade. Não estamos candidatos por um projeto pessoal de poder. Estamos entrando na política para cumprir nosso papel de cidadão. Estamos na jornada pensando desta forma, pensando em fazer nossa parte como cidadãos. Nossa candidatura reflete um descontentamento que toda a sociedade tem, pela falta do olhar sobre o interesse do cidadão, como prioridade. Me sinto representando a sociedade, por não ser político, até então, por não ter participado de nenhuma eleição. Entendo que a gestão pode ser muito mais simples, com muito menos pirotecnia. E pode ser ainda muito mais efetiva, indo ao encontro dos interesses da sociedade. Queremos mostrar que é possível fazer uma gestão diferente, séria e comprometida com as soluções dos problemas, colocando o cidadão no foco do interesse do poder público.

 

MINUANO – O orçamento dos municípios foi impactado pela pandemia do novo coronavírus. A expectativa é a de que, na maioria das cidades, a situação pode refletir na capacidade de investimentos em saúde, educação e infraestrutura, ainda em 2021. Qual é a saída para aumentar a receita diante da perspectiva de eventuais novas despesas?
BETO – Aumentar a receita é uma expectativa difícil, em função de todo o baque que sofreu a economia do Brasil inteiro. Sabemos que o problema começa nos municípios. Tivemos uma ação dos prefeitos pouco inteligente, que foi o fechamento abrupto dos negócios, do comércio e da indústria, uma interferência excessiva, não observando que os negócios poderiam continuar funcionando com todos os protocolos que poderiam ser desenvolvidos para que as pessoas ficassem protegidas da disseminação do vírus. Depois vimos um retorno sem o escalonamento de atividades, o que evitaria aglomerações, e ainda com ameaças à população para evitar estas aglomerações. Tudo poderia ter sido feito de outra forma, com menos pirotecnia e menor impacto negativo. O orçamento de 2021 deverá ser abalado, sim, pelo reflexo do que aconteceu em 2020, mas podemos economizar em alguns pontos para viabilizar a gestão. Avaliamos que muitos gastos da Prefeitura são absolutamente desnecessários. É preciso que todos os contratos sejam revistos e examinados. Tenho certeza de que sobra dinheiro para fazer a gestão. Não temos muito acesso, mas olhando rapidamente os números da Prefeitura, chegamos à conclusão que facilmente podemos economizar R$ 2 milhões por mês com alguns cortes. Não é pouco dinheiro para uma cidade como Bagé. Entendemos que uma boa gestão pode resolver muitos problemas, e isso sem excesso de carga tributária, sem mexer em impostos. No nosso governo, não aumentaremos IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), alvarás de jeito nenhum, e ainda vamos reduzir a alíquota da taxa de iluminação pública.

 

MINUANO – A pandemia de Covid-19 trouxe mudanças para a Educação, criando um novo contexto para 2021. Por um lado, temos as demandas dos professores, por valorização e qualificação para lidar com os desafios que se apresentam. Por outro, encontramos a preocupação de pais e alunos, com o equilíbrio de eventual defasagem registrada em 2020. Como equacionar este cenário?
BETO – Como o assunto envolve justamente o interesse de pais e professores, creio que cabe uma discussão profunda com as duas partes. A construção do futuro da educação precisa ser discutida profundamente. Defendemos a escola em tempo integral. Quem anda pelos bairros consegue ter a visão real do que é a sociedade de Bagé, do tamanho da pobreza. Ainda temos a grande maioria dos bairros com esgoto correndo a céu aberto. As pessoas estão tão acostumadas aquilo que quando se pergunta o que gostaria que acontecesse, pedem uma pracinha. Não se dão conta do quão importante é o saneamento básico. A referência do cidadão bajeense, principalmente dos mais vulneráveis, está defasada. Não tem referência do que possa ser desenvolvimento ou qualidade de vida melhor. Precisamos reverter isso. Não vejo outra saída que não seja através da educação. Em matéria de estrutura e de consciência, a educação é fundamental. Precisamos investir nisso com força total e os professores precisam estar preparados, qualificados. Nosso governo pretende investir muito nisso, discutindo junto com a categoria qual é o melhor caminho. É importante que todos façamos nossa parte, em uma discussão ampla. Não vejo um governo sem a participação da sociedade. Não consigo enxergar isso. Faremos uma gestão discutindo tudo com a própria sociedade, com cada segmento tendo participação naquilo que lhe diz respeito.

 

MINUANO – Na sua opinião, quais são as principais demandas na área da saúde e como seu governo municipal poderia enfrentá-las?
BETO – Uma demanda que pode ser resolvida imediatamente, apenas com gestão, é o número de fichas de consultas por posto de saúde. Hoje, a maior parte das consultas é de pessoas que tomam medicamento controlado e querem a renovação de receitas. Queremos dobrar o número de consultas diárias para que nenhuma pessoa fique sem atendimento. Também vamos aumentar o número de postos. Isso é uma necessidade urgente. A maior parte dos bairros não têm postos. São duas ações imediatas, que serão prioridades para a área da saúde na nossa gestão.

 

MINUANO - O setor primário, considerado fundamental para a economia do município, depende da infraestrutura viária. O candidato tem alguma proposta para garantir a manutenção de estradas vicinais?
BETO – O setor primário é realmente fundamental para o município. No mínimo, o que temos que ter são estradas para escoamento da produção. Isso é prioridade número um para o nosso governo no que diz respeito ao setor primário. Todas as soluções serão discutidas com as entidades representativas do setor. Queremos caminhar de mãos dadas com os produtores e representantes dos produtores para que esse problema seja equacionado. No nosso governo, já no próximo inverno, não teremos este tipo de problema, porque vamos priorizar, dentro das ações de obras da Prefeitura, a manutenção das estradas.

 

MINUANO - Em pouco menos de uma década, o trânsito bajeense recebeu mais de 27,7 mil novos veículos. A frota passou de 45.312, em dezembro de 2010, para 73.020, em setembro de 2020. Esta progressão cria desafios no sentido da mobilidade urbana. Como resolver os gargalos do trânsito em um contexto onde a frota particular cresce a cada dia?
BETO – Esse é um problema grave que percebemos no nosso cotidiano. Se não tivesse o estacionamento rotativo, não teria mais como estacionar no centro. É preciso um estudo profundo, com engenheiro de tráfego, para rever toda a estrutura de circulação da cidade, modernizar sinaleiras e discutir a possibilidade de instituir sentidos únicos, mão única, em algumas avenidas, para que o trânsito flua com velocidade. Temos que melhorar a qualidade das ruas para conseguir implementar o uso do transporte coletivo mais do que é hoje. A cidade tem todos os problemas de mobilidade. Precisamos buscar as soluções com a maior atenção, mas com uma equipe especializada. Nossa proposta é fazer um estudo técnico para ver quais seriam as soluções e, depois, buscar o caminho para aplicá-las.

 

MINUANO - Bagé possui mais de 180 quilômetros de vias urbanas sem pavimentação. Parte destas ruas também ainda não possui rede de esgoto e passeio público. O senhor tem algum projeto para reverter este cenário?
BETO – Quando transitamos pelos bairros podemos ver o tamanho do abandono e as coisas que precisam ser feitas. O primeiro passo é o saneamento básico. Isso é fundamental, porque está relacionado à saúde pública. Na maior parte dos bairros, o esgoto ainda corre a céu aberto. E a solução não é cara. Canalizar esgoto é colocar bueiro. A Prefeitura não tem capacidade de produção? Então aumentamos a capacidade de produção ou vamos comprar bueiros, mas vamos buscar solução, porque ela existe. O que não pode acontecer é o cidadão ser relegado a terceiro plano. Entra governo e sai governo e o olhar não é para o cidadão, para as suas necessidades. A projeção do orçamento do município, para 2021, é de R$ 509 milhões. É bastante dinheiro. Mesmo que não se realize todo o valor, que se realize 80%, é dinheiro suficiente para fazer um bom programa de saneamento e de pavimentação. E vamos fazer. A gestão precisa ser boa e não colocar dinheiro fora.

 

MINUANO - A cidade conta com uma autarquia responsável pelo serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Embora tenha autonomia financeira, no sentido da arrecadação e aplicação de receitas, o Daeb é dirigido por um gestor indicado pelo chefe do Executivo. Na sua gestão, quais critérios devem nortear esta indicação? O que os bajeenses podem esperar do planejamento para este setor?
BETO – O problema da água é um problema de décadas. Não tem cabimento não ter havido uma solução ainda. E a solução deste problema não passa, necessariamente, pela construção de uma mega barragem de R$ 100 milhões. Podemos fazer uma barragem menor, muito mais barata, e resolver o problema. Não necessariamente precisamos de um projeto para quando a cidade tiver 800 mil habitantes. Podemos fazer um projeto para as necessidades de hoje. Quanto à direção do Daeb, cabe discussão, cabe sentar e discutir o melhor caminho. Acho que a preocupação não deverá ser quem escolhe, e sim como se escolhe. O Daeb é um órgão técnico e precisa de uma pessoa qualificada, com o objetivo de resolver os problemas dos bajeenses, tanto no que diz respeito ao abastecimento de água, quanto no que diz respeito às redes de esgoto. Na minha concepção, funções técnicas têm que ser exercidas por técnicos, não por políticos. O objetivo, sempre, é discutir com as pessoas envolvidas, neste caso, os servidores do Daeb. Não teremos o poder como prioridade. O grande patrão é a sociedade, não o prefeito, que é apenas um representante dessa sociedade por quatro anos.

 

MINUANO – A manutenção do Fundo Municipal de Pensão e Aposentadoria do Servidor (Funpas) é uma questão central para os municipários. O candidato tem algum plano para amortizar o passivo atuarial e garantir a saúde financeira do Funpas?
BETO – Primeiro vamos garantir que o poder público repasse para o Funpas aquilo que tem que ser repassado. O repasse da parte patronal tem que ser feito mês a mês. O Fundo não pode sofrer por falta de repasses. Sem o Funpas, o pagamento dos aposentados passa para a folha da Prefeitura, o que pode inviabilizar totalmente a gestão. Pode acontecer o que acontece com o governo do Estado. Precisamos primeiro estancar a sangria e depois começar a resolver, com a direção do Funpas, passo a passo, até reduzir o endividamento, até que tenha sua independência e cumpra a função que fez com que ele fosse fundado. É um grave problema que o município vai enfrentar, mas que tem que ser encarado de frente. Não tem mais como postergar as soluções para os problemas do Funpas.

 

MINUANO - Os arroios Tábua, Perez e Bagé são declarados como Patrimônios Históricos, Naturais e Paisagísticos do Município. O candidato tem alguma proposta para a conservação destes mananciais?
BETO – O assunto está diretamente relacionado com os problemas do lixo e do esgoto. Temos que resolver primeiro esses problemas para que os arroios voltem a ter vida. Vamos precisar de muito apoio do governo federal, principalmente; mas é fundamental que seja buscado. A sociedade, dentro do processo educativo, precisa entender a importância da preservação, a começar pelas crianças. Isso demanda um processo educativo e muita ação, por parte do governo, para criar a consciência de que o meio ambiente é o futuro. Demanda uma mudança de cultura, que vai da reflexão sobre o descarte, para não jogar lixo no chão, até a separação de resíduos.

 

MINUANO - O próximo prefeito deve assumir a responsabilidade pela obra da barragem da Arvorezinha. Que peso este projeto terá na sua administração, caso vença a eleição?
BETO – É a nossa prioridade número um. Não temos como não buscar a solução para o abastecimento de água em uma cidade que vive todos os anos o mesmo drama. É um problema da sociedade, de todos os bajeenses. Quem assumir a Prefeitura, não pode dar as costas, em nenhum minuto, para a solução do problema de abastecimento de água. Se será esta barragem, deste tamanho, se será uma barragem menor, temos que discutir. Mas precisamos resolver. Não podemos ter mais verões com as pessoas sem água para beber, para tomar banho, tendo que esperar madrugada para conseguir encher alguns baldes e guardar. Isso tem que acabar. A barragem será uma busca permanente, já na arrancada do governo. Penso que uma barragem menor pode ser feita até com recurso do governo municipal, caso haja dificuldade para captar outros recursos. Fechando algumas torneiras, podemos economizar e fazer uma barragem pequena, capaz de resolver nosso problema. Precisamos de bom senso e competência. Resolver o problema da água é prioridade. Também temos que acabar com o desperdício. Aí entra a educação. É fundamental que o consumo seja consciente.

 

Considerações finais
Temos um grande grupo de trabalho. Gisele, minha vice, é competente e interessada. O governo é uma construção de pessoas interessadas em fazer o melhor. No nosso grupo ninguém depende da política para viver. Todos vivem fora da política. Entendemos que os anseios da comunidade precisam ser atendidos pelo poder público. Não existe outra razão para a estrutura de um município se não for voltada para o interesse da sociedade. Essa é a função do governo e do gestor. O prefeito tem que ser um líder que agregue, que traga as lideranças, as entidades representativas, a própria Câmara para dentro da discussão sobre as mazelas da cidade. Existe um conceito de que se não tiver maioria na Câmara não governa. Acho uma balela. Eu, ganhando a eleição, não terei maioria, mas parto do princípio de que os vereadores eleitos são representantes da sociedade. À medida que o governo seja sério, honesto, transparente e ético, os vereadores, na sua grande maioria, vão pensar junto com o governo nas soluções para os problemas da sociedade que os colocou lá. Porque não é bom o governo ter maioria na Câmara? Porque aprova todos os projetos sem discussão, sem questionamento. Se todos os projetos que forem encaminhados para a Câmara, oriundos do governo, vão ser aprovados, não precisa de Câmara. A oposição é extremamente saudável para que a sociedade seja representada. Temos um grande projeto de desenvolvimento econômico, que é a criação de uma Ride (Região de Desenvolvimento Integrado), na Metade Sul, proposta pelo senador Lasier Martins. O projeto de lei passou por todas as comissões e vai para votação em plenário. Não muda o comportamento das pessoas, mas vai influenciar bastante, dando a possibilidade de atrair indústrias. Não somos contra redes de lojas. Somos a favor da livre iniciativa, mas não dá para vender a ideia de que as redes de lojas são desenvolvimento econômico. São apenas mais opções de compra para o consumidor. Desenvolvimento econômico é fomentar o agronegócio, que é uma cultura regional, onde produzimos a nossa matéria-prima, e industrializar essas mesmas matérias-primas. Vamos fomentar isso com a Ride. Também queremos fomentar a formação das associações de bairro, para que as pessoas entendam como podem ter força para a tomada de decisões, para poder se defender e poder atacar quando preciso for.

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