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Colunistas

Diones Franchi

  • Jornalista e Mestre em História

A Lenda da Lagoa da Música

Em 12/11/2024 às 16:37h, por Diones Franchi

Na região de Bagé, na atual Hulha Negra, perto do Rio Negro, existe uma lagoa mal-assombrada. Altas horas da noite, muitos campeiros ouviram notas de música brotando de suas águas calmas.

É que na sangrenta Revolução Federalista de 1893, uns trezentos republicanos pica-paus foram degolados em suas margens e os maragatos, vencedores, atiraram muitos mortos na lagoa. O coronel negro Adão, de poncho largo atirado por cima dos ombros para as costas, firmava a ponta da faca bem chairada embaixo do nariz da vítima e quando esta instintivamente levava a cabeça para trás, com perícia de bom conhecedor do ofício, lhe era desfechado o rápido e profundo talho no pescoço. Esguichando sangue, o ferido irremediável, ainda caminhava alguns passos antes de cair. Mas não só os castelhanos foram imolados. Muitos brasileiros estavam na lista das vinganças e passaram a fazer parte dos trezentos; e muitos daquela tarde suja de sangue e noite de lodo vermelho sobre a relva.

Diz a lenda que o último degolado era um rapaz muito novo, valente com armas e clarim da força derrotada. Ao ser degolado, ainda correu para a lagoa, levando o seu clarim - clarim que ele gosta de tocar até hoje, nas noites de lua cheia.

Mitos

Diz existir, até hoje na Lagoa da Música, uma barulhada vindo do mato, onde se escutam gargalhas, algazarra, mas também gritos de sofrimento. Em um rápido instante tudo se cessa, e a própria correnteza das águas silencia por completo. A partir das dezesseis horas, vai se realizando o encantamento daquelas águas e o ambiente vai se modificando para a noite.

Então, lá do fundo de certo trecho da lagoa, vem um som harmonioso que pouco a pouco vai aumentando de intensidade, até que, aflorando à tona, estruge forte e enérgico, deixando atônitos os que não estão acostumados com ele. É um som de clarim que surge, através do encantamento produzido pelo sangue de trezentos e muitos gaúchos degolados, com seus corpos atirados na lagoa.

Os incrédulos dizem que os sons harmoniosos nada mais são, do que fenômenos da acústica. Querem explicar que no leito da lagoa, por ser lugar de carvão, deram-se escavações formando galerias subterrâneas que vão se ligar com outras já meio soterradas, existentes em terra firme, e que o ar vindo destas, ao atravessar as águas, produz como uma música de flauta gigantesca.

Dessa forma, a Lagoa da Música vive com suas verdades, mitos e lendas, fazendo com que sua história apesar de tudo, continue preservada.

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Referências:

Wayne, Pedro, Lagoa da Música – Contos, 1955

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