Os Farrapos
Liberdade não se doma,
esperança não se encilha.
Galopa livre em meu peito
um coração farroupilha.
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Se a dúvida é labirinto,
busque a verdade na foz.
Vinte de setembro é chama
que arde dentro de nós.
Viaja um mundo de emoções
em nossa mala de garupa.
Euforia que se reparte,
ruidosa, farta, sem culpa.
Se foi estrada de mágoas
ou foi roteiro de assombros,
sigamos levando a bandeira
entre alamedas e escombros.
Tatuamos as nossas vidas
com incandescentes navalhas.
Essa guerra é cicatriz.
É cicatriz e navalha.
Daquelas lutas sangrentas
e seus invioláveis arquivos,
há um sentir coletivo
que não se apaga, está vivo.
É uma história de combates,
de um decênio de extensão.
Memórias que, embora vastas,
cabem na palma da mão.