Obrigado, minha Bagé!
“Obrigado”, melhor palavra não existiria. Somente o idioma português a consente. O “merci” dos franceses refere-se às mercês concedidas, o “grazie” dos italianos refere-se à graças concedidas. O “obrigado” contém o obrigar-se a corresponder, a fazer jus às deferências ou distinções concedidas. E assim Bagé celebrou o longo viver de um de seus filhos. E não há distinção que calhe tão fundo quanto aquela oriunda da cidade que foi o berço do homenageado.
Uma sessão solene na Câmara de Vereadores, revelando que o poder público, afora atento à vida que sonha e inquieta-se por ruas e bairros, pensa e valoriza as manifestações artísticas, pois são elas que revelam a alma de um povo. Louve-se a participação de Chico Teixeira e Maíra Zago na ocasião. Ser escolhido patrono dos 212 anos da cidade me conferiu não só uma grande honra, mas também responsabilidade de corresponder a esta comenda tão grata.
Foi no templo da memória que se chama Museu Dom Diogo de Souza que tive a honra de lançar o livro "O Dia em que o Major Alarico virou Estátua”, que se constitui no 5º volume da Comédia Gaúcha. Assisti as Anitas dirigidas por Verani Rodrigues, que traziam a promessa de nossas danças folclóricas em interpretação feminina.
E, no Complexo Cultural do Museu, participei da inauguração da exposição "O mundo de Leontina das Dores”, de Rejane Karam, em abordagem à tão encenada ópera regional sobre a mulher gaúcha. Também pude testemunhar o talento do Coral Auxiliadora, que me fez lembrar a afirmação de Beethoven, de que inexiste instrumento musical mais perfeito do que a voz humana harmonizada em coral. E, ao ressaltar o nível profissional do desempenho da Fanfarra Militar da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, senti o poder de encantamento e catarse que suas interpretações trazem ao público. E constatei o talento interpretativo do músico Tiago Cesarino.
Os anfitriões, o vice-prefeito Mário Mena Kalil e a diretora de eventos Ana Carla Oliveira, bem como o vereador Lelinho Lopes, mais uma vez atestaram a grandeza da hospitalidade bajeense. Ressalte-se o imprescindível apoio concedido pela imprensa.
Retorno com a alma leve e a bagagem mais pesada. No metal, que busca perenidade, trago duas placas alusivas aos 212 anos da cidade. A primeira na condição de homenagem do Poder Legislativo Municipal aos 85 anos de vida e 50 anos de literatura. E a segunda, a honrosa comenda Dr. Attila Taborda, concedida pela Fundação que leva seu nome, com o timbre do Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp).
{AD-READ-3}Volto aos meus projetos, aos meus livros e às minhas lembranças com a alma e o coração acariciados.
Obrigado Bagé, minha cidade!