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Fernando Risch

  • Bageense, Escritor, Gremista, Formado em Jornalismo pela Universidade da Região da Campanha.
  • fegrisch@gmail.com

Negros

Uma briga acontecia e Jacob Blake foi apartar. A polícia chegou. Jacob Blake foi até seu carro, abriu a porta e a polícia disparou 7 vezes nas suas costas, em frente à sua esposa e filhas.

Em 14/04/2024 às 18:27h, por Fernando Risch

Uma briga acontecia e Jacob Blake foi apartar. A polícia chegou. Jacob Blake foi até seu carro, abriu a porta e a polícia disparou 7 vezes nas suas costas, em frente à sua esposa e filhas. Neste momento em que você lê este texto, Jacob está no hospital, paraplégico e algemado. Jacob Blake é negro. Não é um caso isolado. A cena filmada nos Estados Unidos é uma tônica da guerra racial que vive o país há décadas.

Há poucos meses, o assassinato brutal de George Floyd, outro negro, foi o estopim para que uma revolta tomasse o país. Floyd, que também teve sua morte filmada, foi assassinado por asfixia, com um policial branco pressionando o joelho em seu pescoço no chão. Floyd estava algemado e não resistia.

Eu me pergunto se quem assiste a estas cenas e não sente uma imediata revolta, essa pessoa é o que? Quem vê uma pessoa inocente sendo assassinada a sangue frio por agentes que deviam proteger à sociedade. Que tipo de pessoa não reconhece que estes homens morreram pela cor da pele? Assim como Breonna Taylor, uma técnica de medicina, que teve seu apartamento invadido por policiais e alvejada com 8 tiros. Ou Ahmaud Arbery, que corria na rua, assim como eu, e foi morto por um policial branco por estar correndo.

Em contrapartida, Dylann Roof, que matou 9 pessoas em 2015 por motivação racista, foi levado pela polícia após o massacre para comer um lanche em um Burger King. Nesta semana, um adolescente racista de 17 anos, foi até Kenosha, cidade onde Jacob Blake foi alvejado covardemente e onde protestos ocorriam, portando um fuzil M-16, e matou duas pessoas. A polícia lhe deu água para beber e o liberou, alegando legítima defesa. Hoje, está sob custódia. O policial que atirou em Jacob Blake alegou que o homem iria pegar uma faca no carro. Um assassino com fuzil em punho e um inocente com uma suposta faca que nunca apareceu, e um tratamento completamente diferente. O que os difere?

No Brasil, nós também vivemos esta realidade, que é muito pior. Em 2018, quase 5 mil negros foram mortos. A população negra brasileira é praticamente o triplo da dos Estados Unidos e confrontos com nossa polícia mataram 18 vezes mais.

Ágatha Félix e João Pedro são dois exemplos que tiveram notoriedade, crianças negras assassinadas pela mão do Estado. Rafael Braga é um exemplo diferente. Foi preso nos protestos de 2013 porque andava com um frasco de Pinho Sol na mochila, ao passo que Breno Fernando Solo Borges, branco, filho de uma desembargadora, foi liberado após ser preso com 130kg de cocaína, fuzis e pistolas. Para exemplificar, a média de maconha apreendida em São Paulo com negros é de 145,2g para 1,15kg com brancos; dentre os processados por tráfico com até 25g de maconha, 66% dos negros são condenados e apenas 15% são considerados usuários, ao passo que brancos são condenados 43% das vezes e 38% são considerados usuários.

Mas por que eu estou falando tudo isso, que apesar de parecer muito, é um recorte minúsculo do racismo estrutural que países como Brasil e EUA vivem? Porque quem é incapaz de compreender a realidade brutal sofrida pelos negros em países onde a escravidão deixou marcas, sequelas e freios para que os negros jamais tivessem espaço de relevância e poder na sociedade e como isso se reflete na desigualdade que vivemos hoje, no mínimo, deveria recorrer aos estudos, para que, no mínimo dos mínimos, não passasse vergonha.

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