Região
MST sai de propriedades em Pedras Altas e produtores organizam assembleia
por Rochele Barbosa
O grupo de 170 famílias que haviam ocupado duas propriedades rurais de Pedras Altas deixaram as áreas da propriedades. De acordo com a Brigada Militar, eles saíram pacificamente após um pedido da corporação e parte do grupo montou acampamento em via pública em frente às propriedades - o 5º Batalhão de Choque de Pelotas realiza monitoramento.
De acordo com o coordenador da ocupação, Ildo Pereira, as áreas já foram vistoriadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Essas fazendas passaram por processos de vistoria e fiscalização do Incra, que realizou laudos em duas ocasiões. A Fazenda Santa Angélica também está nesse processo", afirmou. Ele também destacou o propósito da ação: pressionar o Governo Federal para que as áreas sejam destinadas à reforma agrária.
Produtores reagem e convocam assembleia
Os produtores rurais estão acompanhando a ocupação e, segundo o integrante da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antenor Teixeira, foi pedida a reintegração de posse, o que de imediato foi concedido. “Nós, principalmente, a Farsul e o Sindicato Rural de Pedras Altas, na figura do presidente Carlos Hofmeister, temos como primeira bandeira o direito de propriedade. O Estado se fez respeitar, tendo realizado a reintegração de posse das duas fazendas, a Brigada Militar está de parabéns, foi muito rápido”, explicou.
O vice-presidente da Farsul e presidente da Comissão Fundiária da entidade, Paulo Ricardo de Souza Dias, juntamente com o presidente do Sindicato Rural de Pedras Altas Carlos Hofmeister convocaram todos os produtores rurais da região de Pedras Altas para uma Assembleia Geral, que ocorrerá amanhã, 5 de dezembro, na sede da Estância Santa Angélica.
O encontro é motivado pela recente invasão de propriedades rurais na região, especificamente nas estâncias Santa Angélica e Estância Nova. “É fundamental que mostremos união e força para defender o direito à propriedade privada. Precisamos cobrar das autoridades públicas a retirada definitiva dos invasores", declarou Dias.
A logística da assembleia foi organizada para facilitar a participação de todos. A reunião principal terá início às 14h, mas produtores das proximidades estão convidados a chegar a partir da manhã para fortalecer o movimento. “Pedimos que tragam cadeiras, água e alimentação, como fazíamos nas barreiras antigamente, e permaneçam conosco durante o dia", orientou o presidente.
Durante a assembleia, serão discutidas as ações necessárias diante da situação, incluindo medidas legais e estratégias junto às autoridades estaduais e policiais. “Precisamos da colaboração de todos: com ideias, sugestões e, principalmente, com presença. Este é um momento de união e resistência," reforçou Paulo Ricardo.
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