Campo e Negócios
Em Bagé, estudantes criam semeadora agrícola
Equipamento usa peças reutilizáveis e pode ser tracionado por motocultivadores
por Gabriel Torma Aquere
Estudantes do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) de Bagé criaram uma semeadora agrícola destinada à semeadura de cereais e pastagens. Os alunos Ygor Machado e Daniele Pacheco contam que perceberam a necessidade de um implemento que pudesse auxiliar na semeadura de parcelas em experimentos de pesquisa, realizados no campus. Assim, através de diálogos, foi possível unir suas ideias e aprimorá-las, resultando no desenvolvimento de uma semeadora projetada especificamente para semear pastagens e cereais. O projeto é realizado com a supervisão da professora Joice Bonow e do engenheiro agrônomo do campus, Vinícius Dias.
No decorrer do processo de desenvolvimento, a equipe percebeu que, além do intuito inicial para semear parcelas experimentais, o equipamento poderia também ser utilizado em pequenas propriedades, como sistemas de agricultura familiar e até mesmo em sistemas agrosilvipastoril. Os alunos destacam a importância do senhor Amarante, comerciante de peças de tratores e máquinas agrícolas da região, que contribuiu através da doação do sistema de dispersão de sementes. “Sem ele, não seria possível a realização deste projeto.” destaca Daniela. A equipe ainda agradece o auxílio fundamental dos pais de Daniele e Ygor, os senhores Sérgio Machado e Elisson Campos.
Após a conclusão do projeto, foi desenvolvida a semeadora Quimera YD 1.0, visualmente semelhante a uma semeadora tradicional, mas em menor escala. Composta por uma caixa de sementes, disco de corte e sistema de distribuição de sementes. Segundo os estudantes, o implemento foi cuidadosamente projetado para ser tracionado por um motocultivador (tratores em menor escala), com sistema de engrenagens que se ativam conforme a tração do implemento e um sistema manual para elevação dos discos.
O nome "Quimera YD" foi escolhido pelos estudantes em referência à figura mitológica chamada Quimera, conhecida por sua aparência híbrida que combina características de diversos animais, como a cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão ou serpente. A escolha desse nome se faz em razão da semeadora ser construída a partir de peças reutilizáveis, representando assim essa fusão de elementos. O acréscimo do "YD" corresponde às iniciais dos nomes dos projetistas, Ygor e Daniele.