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Cidade

Morre o guitarrista bajeense Luís Vagner, um dos precursores do samba-rock

Em 09/05/2021 às 23:01h
Yuri Cougo Dias

por Yuri Cougo Dias

Morre o guitarrista bajeense Luís Vagner, um dos precursores do samba-rock | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Guitarrista morava no litoral paulista - Edu Defferari/Especial JM

Um dos precursores do samba-rock, da Jovem Guarda e do reggae brasileiro, o guitarrista bajeense Luís Vagner Dutra Lopes morreu, aos 73 anos, na noite deste de domingo, por problemas de saúde devido a complicações com um acidente vascular cerebral (AVC) que tinha sofrido anteriormente. Ele morava em Itanhaém, litoral de São Paulo.

Luís Vagner saiu de Bagé aos 16 anos, para trilhar uma jornada de muitos acordes e de movimentos vanguardistas na música brasileira. Após passagens por Dom Pedrito, Sant’Ana do Livramento e Santa Maria, Guitarreiro chegou em Porto Alegre. Autodidata no violão, fundou, em 1963, o grupo The Jetsons. Na onda da Jovem Guarda, o conjunto mudou-se para São Paulo, em 1966, mas com outro nome: Os Brasas.

Após o sucesso do grupo, Luís Vagner decidiu desembarcar no Rio de Janeiro, em 1972, em busca da carreira solo, já com o conceito de difusão do samba-rock e do reggae. De quebra, lançou “Como?” e “Agora que o carnaval passou”, sucessos que marcaram época. Em 1973, veio “Camisa 10”, em parceria com o compositor carioca Hélio Matheus.

Ao longo dos 1970, Luís Vagner lançou novos trabalhos que foram fundamentais para a consolidação do samba-rock. Em meados de 1976, recebeu o apelido Guitarreiro, por Fábio, que era guitarrista de Tim Maia. Ele costumava tocar na rua Augusta, em São Paulo. E sempre quando o via, Fábio gritava “Toca Guitarreiro!”. E assim ficou o apelido.

Inclusive, Jorge Bem Jor compôs uma música chamada Guitarreiro, justamente para homenageá-lo. Segue um trecho: “Luís Vagner, guitarreiro. Liga essa guitarra e anime o terreiro. Toca jongo, samba, partido, maracatu e calango. Funk, rock e baião. Toca Luís Vagner, guitarreiro. Meu amigo partideiro. Mostra um som de Jimmy Hendrix que eu acompanho no pandeiro”.

Na década de 1980, Luís Vagner integrou vários projetos e movimentos sociais. Destaque para o trabalho O Som da Negadinha, em 1986. As sonoridades e composições tratavam de temas como espiritualidade e negritude.

Na década de 1990, Luís Vagner teve uma experiência na França, mais especificamente, na cidade de Vaux Sur, a 40 quilômetros de Paris. Inclusive, há uma história curiosa. Apaixonado por futebol, ele se aventurou como jogador do clube da cidade, que atuava na terceira divisão francesa. Ele jogou, até mesmo, contra uma equipe de baixo do Paris Saint-Germain.

Nos anos 2000, de volta a São Paulo, Luís Vagner retomou as raízes do samba-rock. Em 2018, lançou seus últimos álbuns: “Samba, rock, reggae, ritmos em blues e outras milongas mais” e o “MPB – Música Planetária Brasileira”. Os materiais foram produzidos num período de 18 anos.

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Em julho 2018, vale ressaltar, durante a Semana de Bagé, a Prefeitura fez uma homenagem a Luís Vagner, que inclusive, fez um show na Casa de Cultura Pedro Wayne.

Em seus 50 anos de carreira, gravou com nomes de peso, como Jorge Ben Jor, Wando, Paulinho Diniz, Golden Boys, Martinho da Vila, Ronnie Von, Luís Américo (a música tema da seleção, “Camisa 10) e Bebeto.

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