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As árvores da liberdade 2

Em 03/10/2024 às 17:18h, por José Carlos Teixeira Giorgis

O espírito patriótico dos franceses se identificou com a ideia das árvores da liberdade, que logo se espalharam pelo país, mas não era fácil cada um ter a própria planta. Em muitos vilarejos não se conseguia árvore com a devida imponência, embora cada qual, rua ou casa, desejasse erguer sua “majestosa copa” mais alta que a das demais. Assim eram atingidas as “patriarcas”; e onde houvesse um vegetal imponente seu destino estava traçado, o que levou ao esgotamento das plantas enraizadas.

A Convenção revolucionária exigia que onde perecesse uma árvore da liberdade outra devia ser plantada até a primavera., pois uma árvore morta não poderia ser símbolo de uma “revolução eterna”. Tanta a importância que o abade Grégoire chegou a estabelecer um receituário (a árvore devia suportar o clima frio; a planta escolhida devia ser de primeira grandeza e com circunferência que ocupasse determinada área; com sombra que abrigasse os cidadãos da chuva e do calor; a escolhida devia durar séculos; e crescer sozinha em qualquer região da França). Como nem todas as árvores atendiam tais requisitos, o religioso indicava àquela de excelência: o carvalho.

Depois de tais observações, Stefano Mancuso e seu amigo o professor Henri passaram a cogitar em alguns problemas inerentes ao planto global. Como eram transportados vegetais de tão grande porte e como? E através de que estradas? Investiram então no exame dos inúmeros livros da biblioteca do último, em busca de pistas das árvores, também chamadas “árvores da fraternidade”. Muitos mapas foram consultados. Até que acharam os que tinham umas “linhas finas”, parecendo indicar uma rede de estradas que chegavam até outros continentes e países, concluindo que expressavam rizomas, ou seja, uma rede subterrânea de raízes que unia as árvores de uma floresta. Assim essas, e outras árvores viviam numa verdade comunidade, como uma colônia de formigas.

A convivência comum das árvores de fraternidade, acabava por reproduzir o próprio lema da Revolução, Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Se tais objetivos não foram atingidos entre os humanos, o regime de partilha é observado pelas plantas. Inclusive um toco abandonado mostra no subsolo ainda raízes que procuram se relacionar na vizinhança de outras árvores íntegras.

O mapa demonstrava que as raízes se estendem de forma capilar pela Europa e América, concluíram eles depois de investigar numerosas mapas. E a espessura das raízes aumentava quanto mais árvores há no ambiente. Não só em Paris acharam provas dos vínculos, mas também na maioria das cidades francesas. Hoje, segundo Mancuso, restam poucas sobreviventes dessas fraternidades vegetais, ante a mutilação que se costuma dirigir às plantas. Ainda restam algumas originais, ainda do replantio de 1848. Hoje, 10% da superfície da terra está coberta de gelo, 19% de áreas estéreis (desertos, savanas, praias), 50% é usado para agricultura e as florestas cobrem apenas 37% da superfície habitável.

Pesquisadores de Zurique, examinando a fotossíntese e produção de CO2, concluíram que o plantio de um trilhão de árvores era a melhor solução para se evitar o aquecimento, enchentes, degelos. Nada impede que uma cidade fique coberta de plantas, com benefícios incalculáveis, o frescor do ar, a redução do gás carbônico. Mas como se o desmatamento e os incêndios constituem, também, maneiras de produzir mais e obter mais lucros?

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Fontes:

“A planta do mundo”, de Stefano Mancuso, UBU Editora, 2021. “ A vida secreta das plantas”, de Peter Tompkins e Chistopher Bird, Editora Expressão e Cultura, 1975.

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